domingo, 29 de março de 2020

Domingo, dia de tomar banho e ... (de ESPERANÇA)

O realizador Pedro Varela e o seu amigo, cantor e compositor, Flávio Cristóvam decidiram unir forças e fazer uma obra que se está a tornar num hino de Esperança. 
"Nestes tempos estranhos, em que todos nos encontramos um pouco assombrados pela ansiedade, procuramos dentro de nós a melhor forma de a combater; esta é a minha pequena tentativa de mandar um grito de Esperança para todos aqueles que neste momento mais precisam.
Fiquem bem. Separados lutamos, juntos resistimos. Um abraço a todos"[Flávio Cristóvam (Açores)]





sábado, 21 de março de 2020

Lavagens

Praticamente decorrida a primeira semana de Isolamento Voluntário, tenho procurado atenuar os meus medos, visitando a História nos seus mais trágicos acontecimentos, na busca de finais mais ou menos felizes que o vislumbrado pelo que o Destino parece reservar-nos se a Ciência (a minha grande esperança do momento) não conseguir, rapidamente, matar o fdp do CoronaVirus
Entretanto, ao mesmo tempo que leio, ouço e vejo muitas informações e opiniões sobre a pandemia que vem ferindo gravemente a Humanidade, vão-me ocorrendo pensamentos como:
- Será que ainda não percebemos que, se não mudarem os comportamentos egocêntricos das nações, depois do covid19, nada será como dantes?
- Será que ainda não percebemos que o MUNDO poderá entrar em recessão económica?
- Será que o pessimismo depressivo crescente, que vai tomando conta de nós na mesma proporção das quarentenas que se forem cumprindo, não nos fará bem pior que o vírus (ainda) à solta?
- Será que o omnipresente e miserável pensamento tão lusitano de que "a culpa é sempre do outro" vai continuar a gerir as nossas opinações, sentimentos e, pior, comportamentos?
Conselho: visitem a História dos primeiros 20/30 anos do século passado: as guerras e as suas consequências, as epidemias, as solidariedades, etc. Depois, se ainda tiverem paciência (re)leiam "A peste" de Albert Camus.
Eu (espero bem) fico aqui à vossa disposição para o resto, querendo muito confiar em Camus quando defendeu: “há nos homens mais coisas dignas de admiração do que de desprezo”.
Lavemos as mãos - não a responsabilidade!

sábado, 14 de março de 2020

Há dias assim

A solidão não é boa companheira, mas todos temos de conviver com ela e, infelizmente, quando mais dela não precisamos é quando sua excelência decide mostrar a sua tirania, desta vez aproveitando-se de uma nova doença que promete ser violenta, especialmente para nós - os mais velhos, tanto na idade como nas resistências naturais.
Por isso, meu pai, eu sei que não é fácil ficar calmo com tanto a acontecer à nossa volta, eu sei: hoje, mais que nunca, deveríamos estar juntos celebrando os teus noventa anos de vida e agradecer-te, mais uma vez, o pai e o amigo que tens sido e o Homem a quem nunca conseguirei comparar-me. 
Não vamos poder, juntos, lembrar histórias das nossas vidas, nem sorrir com as brincadeiras dos netos nem gargalhar aquiescentemente com as diabruras dos bisnetos. Vamos ouvir-mo-nos apenas e trocar palavras bonitas, carregadas da verdade que nos vai na alma: do amor e gratidão que todos sentimos. 
Para hoje fica a foto possível - recuperada de um dia (bem) passado em família - na esperança de que a tempestade acalme e que, daqui a uns tempos, bonançosamente, possamos, todos juntos, acertar contas com momentos felizes que mereces ao lado da tua Irene, companheira de sempre e até sempre!
Parabéns com um xi-coração (virtual, claro!)