Naquele tempo, presos ao destino numa ilha açoreana, a pouca distância do nada e bem perto do medo, naquele tempo - dizia eu - cumprimos as mesmas ordens, respeitámos as mesmas prepotências, seguimos os mesmos rituais, furámos os mesmos esquemas.
Naquele tempo, partilhámos os mesmos ideiais, preocupações, ambições e até os (des)amores eram idênticos. As tristezas de um logo eram as do outro, a alegria e o riso não tinham dono.
Era assim há trinta e cinco anos.
Destas duas almas gémeas, só ao Zé Manel quis o Destino dar a força, a coragem e a fé necessárias para perceber os desígnios Divinos, tornando-o GRANDE - marido, pai, colega e, principalmente, ser humano.É para ele hoje - sua data querida - o meu grande abraço !
É uma prenda modesta, mas os amigos são mesmo assim ...!
PS: Obrigado à Mena - a Grande mulher que está sempre por trás de um Grande homem !
2 comentários:
Obrigada Pedrosa por tão belo texto, cheio de sentimento e verdade.Texto que reconheço de alguma maneira, porque eu era um desses (des)amores... que afinal se tornou num grande Amor!
Mal te conheço pessoalmente, mas basta-me a muito grande Amizade que o Amorim tem por ti, para saber quem tu és. Amizade de um autêntico irmão ou, como tu dizes, de uma tua alma gémea...
Obrigada, Pedrosa.
Acredita que quero muito que sejas feliz!
Mena
Depois de várias tentativas fracassadas para te agradecer a homenagem que me dedicaste no meu aniversário, vamos lá ver se desta é de vez.
Meu querido Amigo/Irmão Pedrosa:
A nossa Amizade já “velhinha” começou em Tancos naquelas noites de “fadistagem” que se prolongavam por largas horas em que o nosso amigo Daniel (que saudades eu tenho dele!) tocava e cantava o fado até às lágrimas, num exigido silêncio quase religioso e que ninguém ousava profanar, pelo bem que lhe queríamos e para evitar uma qualquer garrafa de cerveja que logo procurava quem não respeitasse as regras… E assim esquecíamos as minas e armadilhas…
Sedimentou-se nos Açores numa cumplicidade de segredos, angústias e brincadeiras partilhadas. Mas isso são recordações que partilharemos quando voltarmos a estar juntos.
Essa Amizade, nem o tempo nem a distância bastaram para que fosse esquecida. Sinto pelo meu lado que a saudade a tornou maior.
As palavras que me diriges estão impregnadas de um exagero que só os Amigos são capazes de verdadeiramente sentir.
A vida pregou-me uma rasteira e ao mesmo tempo deu-me um círculo de Amor e Amizades que fazem com que o bom que nos surge seja ainda melhor e aqueles momentos que ninguém deseja viver, sejam ultrapassados.
Não fossem essas escoras e este esteio há muito teria caído.
Tu fazes parte desses amparos a quem eu devo a vida que chegou até aqui.
Diz-se que a amizade não se agradece, retribui-se e embora não te agradecendo a amizade, porque bem sabes a retribuo, agradeço-te o gesto e as palavras.
Para terminar digo-te mais uma vez o que já te disse: Preciso de ti.
Um abraço do
Amorim
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