terça-feira, 29 de julho de 2008

Vox Populi

Segundo relatório elaborado pelos Serviços de Documentação, Informação e Comunicação da Assembleia da República, tornado público no final da 3ª a sessão legislativa, mais de metade dos 230 deputados são advogados ou professores (41/60 anos).
De acordo com o referido relatório, há 70 advogados, magistrados e outros juristas e 61 professores de todos os níveis de ensino, existindo ainda 20 dirigentes da administração pública e gestores de empresas e 14 técnicos superiores da administração pública. Com profissões intelectuais, existem dez deputados, um agricultor, dois operários, sete engenheiros e três reformados.
Esta informação vem de encontro ás dúvidas levantadas a muito bom povinho sobre a excelência da sabedoria dos nossos deputados. É claro que, por exemplo, para perceber de pescas, não é preciso ser pescador, nem a lavoura exige um lavrador, mas lá que ajudava, se calhar, ajudava !
Não tenho uma visão muito redutora dos legisladores, mas acredito que as leis, por vezes, serão fruto de inspirações corporativistas infectadas pela epidemia "lobby". Aos partidos, cabe gerir as expectativas das suas gentes - ordens, sindicatos, associações, confederações, etc.
O resto, basta dar um saltinho à Assembleia e verificar ... sempre os mesmos, a falarem e a estarem calados, para no fim, disciplinadamente, votarem em consciência (colectiva) e, nem sempre bem - basta ver o que aconteceu recentemente a cinco leis recusadas pelo Tribunal Constitucional.
Eu, que respeito a coisa pública, sempre achei que a legislação produzida na "Casa da Democracia" peca por excesso de ambiguidades. Só isso é que pode justificar que, num país de brandos costumes (apesar do seu aparente decréscimo) exista 1 advogado por cada 350 portugueses, conforme recente afirmação do bastonário da Ordem dos Advogados.


E, por isso é que não há "simplex" que resista ás mangas de alpaca da Burocracia Nacional !

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