sábado, 29 de maio de 2010

Ai se sesse

Ontem não pude assistir à poesia com sotaque que se declamou em Peniche.
No entanto, este tesourinho que aqui deixo (para ouvir e ler ao mesmo tempo) , dá para imaginar como poderá ter sido o serão cultural e, ao mesmo tempo, entender bem como a língua portuguesa é (sempre) linda - a preto e branco ou a cores!
ai se sesse

Se um dia nós se gostasse ,
Se um dia nós se queresse ,
Se nós dos se impariásse ,
Se juntinho nós dois vivesse !
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse ,
Se juntinho nós dois morresse !
Se pro céu nós assubisse ?
Mas porém , se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse ,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse ?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

(Zé da Luz)

2 comentários:

Unknown disse...

Grande poeta!
Poesia com sotaque pode ser um bom incentivo para os menos apreciadores.
Pena, mais uma vez não estar presente.

Anónimo disse...

Realmente é pena, tantos eventos realizados nesta sua terra e o menino, quase sempre, prima pela ausência.
É promessa, embirrice ou dor de cotovelo ?