quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ó pátria sente-se a voz

O mistério aqui noticiado, que envolve uma urna transladada de Angola para o cemitério da Bufarda com (supostamente) os restos mortais de um ex-combatente falecido na Guerra Colonial, fez-me recordar um poderosíssimo poema que Jorge Sena dedicou "A Portugal" que começa assim:
"Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece. Nem minha amada, porque é só madrasta. Nem pátria minha, porque eu não mereço A pouca sorte de nascido nela."
E assim acaba:
"És cabra, és badalhoca, és mais que cachorra pelo cio, és peste e fome e guerra e dor de coração. Eu te pertenço mas seres minha, não."

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