sexta-feira, 16 de julho de 2010

Reiterações

Depois da minha postagem de ontem, passei a tarde a ouvir o debate sobre o estado da nação, em directo da Assembleia da República, que culminou com a proposta incestuosa que o CDS-PauloPortas fez ao PS e ao PPD-PSD, não sem antes ter desafiado José Socrates a deixar de fazer o que mais gosta, ou seja: resistir.
É claro que para os dois partidos dominantes, a governação do país continua a só poder obedecer à máxima política do "um é bom, dois é muito, três é demais".
Não fosse esta "brincadeirinha" de fim de época e o parlamento mostraria, mais uma vez, que a crise - a maior e verdadeira crise é ali que mora e passa pela forma como os (supostamente) cidadãos mais responsáveis da nação vêm tratando os graves problemas do país: achincalhando o(s) adversário(s), alimentando a discórdia e promovendo a infâmia, e, primordialmente, objectivando o seu futuro entre os pares.
Com a tribuna da treta em S.Bento assim sempre ocupada, é natural que as soluções para a crise não fluam. E, ainda que relevadas pelo conhecimento antecipado das notícias que diáriamente saltam a público, como aqui, aqui, aqui e mais esta aqui, é, no mínimo, desonroso para o parlamentarismo português e (continuo a dizer) perigoso para a nossa democracia.

(Dedicado ao prof. Marcelo, como prova de que ser comentador econo-político-desportivo não é assim tão difícil!)

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