O Verão jazia há muito.
Durante os últimos meses ela dançava graciosamente (como que em pontas) à sua volta, para que ele
a visse, para ele que a sentisse, em agonia: para que tentassem colar os
estilhaços a que se reduzira o seu amor, paixão ou lá o que fora...
Com toda a paciência do mundo, dançava (como que em pontas) para parecer mais
bonita, insinuante; tocava-lhe no ombro, velava-lhe o sono, esperava
libidinosamente o seu acordar.
Ele nunca a viu.
Até que um dia destes, ao afagar a testa, sentiu as melhoras (como que nas pontas) das dúvidas ali plantadas pelo aparecimento inesperado em casa na última noite de férias do Verão passado.
Até que um dia destes, ao afagar a testa, sentiu as melhoras (como que nas pontas) das dúvidas ali plantadas pelo aparecimento inesperado em casa na última noite de férias do Verão passado.
Ganhou coragem, olhou para trás. Ela já lá não estava.
Desistira; sem ruído, sem desculpas ou justificações - que sempre soariam como pontas soltas.
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