sexta-feira, 25 de março de 2016

Arrasas de coisa nenhuma


Há pouco, ao passar por estas fotos, lembrei-me de que eu ainda sou do tempo em que havia peixe em Peniche, havia barcos de pesca em Peniche, havia "vida" em Peniche.
Hoje, é certo, Peniche continua a ter alguns barcos, algum peixe e alguma "vida". 
Mas não é a mesma.
Naquele tempo havia sardinhas, carapaus, cavalas e chicharros (para não falar no saudoso marisco e peixe grosso) em tal quantidade que "arrasavam". Não sendo estranho, portanto, uma "arrasa" de sardinha ou de "charro". Espécies cuja pescaria resultava numa maré tamanha de quantidades - nem sempre de rendimentos.
Outras gentes, outras vidas, nada, nada invejáveis pela sua dureza e (des)compensações; apenas o tempo, aquele tempo de abundância, me traz saudades - do mar e das marés que contribuíram para a identidade desta terra, o que, aos poucos, vem perdendo, fruto da descaracterização a que a cegueira da modernidade duvidosa a tem levado.  



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