sábado, 29 de setembro de 2012

(A)o homem dos abreijos

Quando partilhámos vivências, dividíamos cumplicidades, chorávamos alegrias, encorajáva-mo-nos nas tristezas, confidenciávamos segredos e, já em final de estação, planeámos o futuro como se do mesmo se tratasse, jurando-nos fidelidade até que a morte nos separasse.
Mas era fácil de mais, assim, não era companheiro?
Por isso "tiveste" que mostrar que a vida - tal como a rosa - apesar dos espinhos, pode ser bonita, cheia de cores, perfumes e paixões.
Lutaste como sempre soubeste fazer: ganhando a guerra por entre grandes e pequenas batalhas com o destino sempre traiçoeiro.
Ainda assim meu amigo, faltava provares (como se tivesses de provar algo a alguém...) que não desistias mesmo quando a luta se tornava demasiado desigual.
Hoje deixaste-nos. Não como um resignado ou um derrotado, antes como um herói que lutou e deu a vida pelo Amor - princípio básico de vida que à tua volta sempre soubeste elevar.
Não era preciso tanto, companheiro!
Mas contigo era sempre a mesma luta, camarada: "o primeiro sou eu..."
Porra, não foi assim que combinámos, meu irmão!
Um abreijo (como nos ensinaste a dizer)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tomatada feminina

... e depois não venham dizer que o ADN herdado da padeira de Aljubarrota se alterou com a miscigenação lusitana!
 

 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vou ali, venho já!

Naquela noite de terça-feira treze, meio enlouquecido por duas horas sem fumar, Tonico agarrou no casaco e, ao mesmo tempo que batia a porta da rua, gritou para a mulher (Olga) que amamentava o jantar aos filhos (gémeos recém-nascidos):
- Vou comprar tabaco, já venho!
Problema: Tonico só gostava de cigarros Camel e a crise económica fez com que a tabacaria da vilória só vendesse tabaco de enrolar e os vulgares "mata-ratos"; quem quisesse outras marcas, encomendava e aguardava dois ou três dias pela entrega. Mas o pior acontecera: o Camel esgotara no armazém.
Solução: Montar a lambreta e ir estrada fora até encontrar cigarros, mas Camel.Tonico nem pensou duas vezes - ala moço!
No dia seguinte o cartório notarial de portas fechadas, sem qualquer aviso justificativo,  inquietou a vila. Ao sacristão madrugador, juntaram-se o carteiro e a enfermeira, o padre, o vereador e o polícia:
- E o Tonico, o notário, que é feito dele?
Ainda a pergunta pairava no ar, chega o padeiro com notícias mais frescas que as carcaças do cesto:  
- Pessoal, a coisa está esquisita: a dona Olga não sabe do marido!
O que a seguir se passou ninguém (como é habitual nestas incógnitas) sabe explicar: da morte ao suicídio, da fuga ao sequestro, até ao amancebar, tudo justificou a todos o desaparecimento de Tonico.
Durante os quatro dias seguintes, até o bloco noticiário da rádio local abria com as "sem notícias de Tonico".
Domingo, dezoito, cinco da manhã: Tonico entra em casa, despe a roupa tresandando a tabaco (Camel, claro!) deita-se ao lado da mulher e sem qualquer murmúrio deposita-lhe um beijo na testa.
- Tonico, querido! que é que aconteceu? - perguntou Olga.
O "desaparecido" com a voz embargada respondeu:
- Sabes como eu não passo sem os Camel, não sabes meu amor? Pois só consegui comprá-los em Barcelona, vê lá tu! Por isso demorei tanto!
- Ai Tonico, Tonico. Dorme, meu querido, Repousa, que esse teu vício ainda te mata de cansaço homem! - aceitou dona Olga. 



 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Afunda(ções)

Depois de ver (ou rever) este vídeo da insuspeita RTP e depois de mais um rato, ontem, aqui parido pela montanhosa despesa do Estado, não há hipótese de termos a mínima vontade em aceitar MAIS IMPOSTOS directos, indirectos, enviesados, disfarçados de bula, quota, acção ou dízimo.
E mais (hoje) não digo escrevo (porque, ou já me estou a passar, ou julgo estar a ouvir passos de coelho à porta da despensa)


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Solidariedade Ibérica

¿Acaso tienen miedo?

"Hoy, 25 de septiembre, se ha convocado una protesta pacífica alrededor del Congreso de los Diputados. Hoy, en un ejercicio de democracia y libertad, los ciudadanos queremos pedir cuentas a nuestros representantes, queremos que nos escuchen, pedirles que gobiernen para nosotros, en nuestro beneficio. Queremos pedirles que hagan aquello para lo que les elegimos, que apliquen las medidas por las que les votamos.
Queremos decirles que no pueden seguir por este camino. Y se lo decimos pacíficamente, democráticamente, en la calle o donde sea. Pero la respuesta del gobierno nos decepciona. Nos insultan y se aíslan aún más de nosotros. Ofenden a unos ciudadanos libres con declaraciones intolerantes y fuera de lugar con las que solamente consiguen ponerse en evidencia a sí mismos. No pueden deslegitimarnos: su legitimidad descansa sobre nosotros. Los representantes se distancian de sus representados, y eso no puede funcionar.
Nos responden con un alarde de fuerza bruta, incluso de manera poco ética y democrática, para dejar claro quién manda aquí. Nos bloquean y nos separan de nuestros representantes ¿Es que no quieren escucharnos? ¿Es que no les preocupa lo que queremos y necesitamos decirles? ¿Acaso tienen miedo? Esta es la pregunta que debemos plantearnos sobre el actual gobierno. Y si la respuesta es positiva, tal vez seamos nosotros quienes debamos empezar a asustarnos." 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Clonei o Clooney

Desculpem a vaidade, mas hoje sou só EU!

E não é todos os dias que é possível inferiorizar o irritante "number one" dos desejos do mulherio trintoquarentão.

Aqui. Fácil como beber um café, não é?

domingo, 23 de setembro de 2012

Arrepiante



Arrepio:
pode ser de frio,
ou (porque não?) dos medos.
Mas arrepio, arrepio 
é quando os dedos
vêm vadios
despertar enredos ...

sábado, 22 de setembro de 2012

Posso pedir um disco?

 

Ai Senhor das Furnas, 
Que escuro vai dentro de nós. 
Rezar o terço ao fim da tarde 
Só para espantar a solidão. 
Rogar a Deus que nos guarde,
 Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés, 

Os frutos e as sementeiras, 
Tratar por tu os ofícios, 
Entender o suão e os animais, 
Falar o dialecto da terra, 
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais?
E do resto entender mal, 

Soletrar assinar em cruz,
 Não ver os vultos furtivos, 
Que nos tramam por trás da luz.
Ai, Senhor das Furnas, 

Que escuro vai dentro de nós.
 A gente morre logo ao nascer 
Com olhos rasos de lezíria. 
De boca em boca passar o saber, 
Com os provérbios que ficam na gíria.
De que nos vale esta pureza, 

Sem ler fica-se pederneira. 
Agita-se a solidão cá no fundo, 
Fica-se sentado à soleira, 
A ouvir os ruídos do mundo 
E a entendê-los à nossa maneira.
Carregar a superstição 

De ser pequeno ser ninguém 
E não quebrar a tradição 
Que dos nossos avós já vem.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Conselho (de última hora) aos conselheiros

Não sei se ainda irei a tempo, mas, por favor senhores conselheiros de Estado, na habitual escapadela ao WC ou no intervalo da reunião com o PR, dêem uma vista d'olhos por isto.
Eu sei que vocês já sabem, mas às vezes parece que a abastança, as amizades e a idade varrem o discernimento e a sapiência espectável a tão nobre senado deste país.
Vá lá, é só mais um esforço... e sejam austeros nos vossos conselhos. Vão ver amanhã na vossa página do facebook que podem ter perdido alguns "amigos" mas likes... vão ser mais que os do Cristiano Ronaldo, da  Rita Pereira ou da quenga Maria Machadão do (bem regressado) Bataclã.



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sim senhor, presidente.

Numa altura em que tudo e todos nos levam a duvidar sobre as virtualidades da Política, o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, senhor de uma humildade e consciência pouco habituais nas presidências e governações do nosso mundo globalizado, deixou este discurso memorável na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20 em Junho último.
Afinal é possível servir!

 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Peniche não merece isto (7)





Se, para nós penicheiros, é (?) difícil perceber porque pagamos os combustíveis pelos preços mais altos do mercado na região, chegando a equipararem-se aos praticados nas auto-estradas, como é que o poderemos justificar a quem nos visita e, inexoravelmente nos questiona sobre esta fatalidade?









 

Eu costumo desculpar-me com os custos da peninsularidade - justificação dada noutros tempos para o maior custo de transporte de mercadorias devido ao facto dos fretes a Peniche terem de incluir ida e volta.
Actualmente, tal como dantes, nunca se vem a Peniche de passagem.
A não ser de barco...
(Depois não "inventem" apelos de compra no comércio local...)

 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A honra de desonrar


Sou voraz,
não me apego
ao abrigo da alma.
Sou o corpo,
o incêndio,
só o fogo
me acalma.

 "Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país."

E foi assim - voraz, sem apego - que Maria Teresa Horta resolveu devolver a "honra" que lhe estava destinada por receber das mãos do primeiro-ministro um prémio literário.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

Posso pedir um disco?



Acordai, acordai homens que dormis a embalar a dor, a embalar a dor dos silêncios vis vinde no clamor das almas viris arrancar a flor que dorme na raíz.
Acordai, acordai raios e tufões que dormis no ar,
que dormis no ar e nas multidões vinde incendiar de astros e canções as pedras do mar o mundo e os corações.
 Acordai, acendei de almas e de sóis este mar sem cais nem luz de faróis e acordai depois das lutas finais os nossos heróis que dormem nos covais.
 Acordai!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Oferta de emprego

Procuro empregada de limpeza para me ajudar, todas as manhãs, a limpar as ideias porcas que tenho logo após a leitura das notícias sobre o Governo da Nação.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O hara kiri laranja

Pedro Passos Coelho conseguiu, em menos de uma semana, a maior convergência de sentimentos e opiniões alguma vez vista em Portugal (depois de Abril de 1974).
De todos os quadrantes políticos, agentes sócio-económicos, alta finança, sindicatos, patronato, de tudo quanto é público e/ou privado, a unanimidade em torno da contestação à actual proposta da governança PSD/CDS atingiu de morte a paz podre em que o país aparentava viver.
Perante tamanha reacção nacional, ganha forma a minha teoria de que esta esquizofrenia governativa não passa de um programado "hara kiri laranja" para desistir da desastrosa experiência do liberalismo selvagem troikiano e devolver o PSD à corrente social democrata.
E, se calhar, hoje - há momentos, António José Seguro (finalmente com voz grossa) aproveitou a "deixa"...     



sábado, 8 de setembro de 2012

Posso pedir um disco?


No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada

Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comemtudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada 


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Até ao nó...

Por causa desta encenação o comando territorial de Braga da GNR foi demitido.
Passos Coelho e o seu governo, há semelhança dos anteriores, continua incólume a enterrar-nos (até ao nó!).

terça-feira, 4 de setembro de 2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O que faz falta é gritaaar!!!

A minha paixão por Fernanda Câncio já vem do tempo em que teve a "coragem" de dar com os pés ao Zé Sócrates, era ele ainda menino querido desta nação valente a quem todos e tod@s bajulavam - qual guru daquelas seitas religiosas que prometem a felicidade eterna.
Esta relação (sem nada de libidinoso, apesar de tudo)  com altos e baixos, porque nem sempre concordante, recebeu há poucos dias um valente sopro de admiração quando Fernanda, no Diário de Notícias, no artigo de opinião A falta que faz gritar, considera António Borges "... sem dúvida um prodígio de rapidez... ao impor as suas ideias ao País e aplicá-las sem se submeter à prova das urnas, e ser ministro sem nenhuma das desvantagens - da baixa retribuição à interdição de flagrantes conflitos de interesses e ao escrutínio público..." concluíndo: "Que isto suceda, sem escândalo, no País onde se exige a responsáveis políticos um período de nojo de três anos antes de trabalharem no sector que tutelavam só pode levar-nos a concluir que andamos muito lentos - parados, mesmo. A precisar de uma boa gritaria."  
É então que ocorre perguntar-me: como é que esta gaja podia dormir com o Sócrates? (dizia Freud: "é quase impossível conciliar as exigências do instinto sexual com as da civilização").

domingo, 2 de setembro de 2012

The Porta's problema

 

"Vai ser preciso um esforço para recuperar o sentido de compromisso que PSD e CDS demonstraram quando negociaram o programa do Governo. Estamos cá para isso." - disse ele.
Ou seja, ou este problema fica, definitivamente, debaixo de água ou vai haver muita chafurdice, lá isso vai!

sábado, 1 de setembro de 2012

Posso pedir um disco?


Eu quero ser possuída por você,pelo seu corpo,
pela sua protecção, pelo seu sangue.
Me ama!
Eu quero que você me ame e fique eternamente me amando dentro de mim.
Com sua carne e o seu amor.
Eternamente, infinitamente dentro de mim
me envolvendo, me decifrando, me consumindo, me revelando…
Como uma tarde dentro do elevador, no verão, voltando da praia
e você me abraçou e eu te abracei…
E quanto mais eu me entregava, mais nascia o meu desejo,
Mais sobrava só o desejo, e mais eu te queria sem palavras, sem pensamentos…
A vida inteira resumida só no desejo da tua boca dizendo o meu nome,
Da tua mão conduzindo a minha mão,
Do teu corpo revelando o meu corpo,
Como se o mundo fosse pela primeira vez,
Você o meu ponto de referência nessa cidade…