De então para cá o panorama pouco se alterou, uma vez que apenas o jornal A Voz do Mar (1956) sobreviveu às razões então apontadas e que terão ditado o fim (precoce) de o Baluarte (1974) e o Notícias de Peniche (1982) cujas publicações duraram pouco mais de um ano.
Naturalmente que a sua proximidade com grupos de interesseses vários ou com pessoas de ideais comuns terá tido influência na sua aceitação e, consequentemente, na sua dependência e viabilidade económica - é muito assim a imprensa regional.
Entretanto, há aproximadamente dois anos, surgiu em Peniche o jornal Correio Popular, hoje renomeado Correio de Peniche (CP).
Apesar da sua ortografia preferir a versão brasileira da Língua Portuguesa,. o CP surgiu como uma nova forma de noticiar a região e os seus problemas, abrindo-se a opiniões diversas e (supostamente) insuspeitas. "Uma lufada de ar fresco" - dizia-se por aí. E barato (ou quase sempre gratuito).
Só que, quando a esmola é grande o pobre desconfia...
Por isso, lançaram-se as suspeitas mais inverosímeis sobre o novo periódico, nomeadamente, sobre o seu suporte técnico-financeiro e sobre a sua linha editorial - pouco ou nada agradável para com o partido (CDU) no poder camarário e com intervenções fracturantes - autoria de políticos da oposição local.
Mas, se Deus não dorme, a CDU também não e o Jorge Amador muito menos. Então, no último ano, por razões óbvias, as suspeições deixaram de ser apontadas e uma aparente democraticidade editorial abençoou o CP.
Não fosse, em minha opinião, a sua edição gratuita (30.000 exemplares) distribuida no final deste Verão, uma verdadeira ferramenta de propaganda pré-eleitoral da CDU, até eu mesmo me iludiria.
Não fosse o excelente editorial - sobre o PS - do senhor José Manuel Lourenço na Edição Especial do CP de 14 deste mês, até eu mesmo defenderia a tese das consequências da apuração de responsabilidades.
JME diz assim:
"Além do tamanho da vitória da CDU, as eleições de domingo também mostraram a dimensão da derrota do PS.
Os resultados do último fim-de-semana vão exigir do partido, em Peniche, uma difícil, mas necessária travessia do deserto.
Esta deve ter início pela compreensão dos motivos que o levaram a conseguir o segundo pior desempenho eleitoral no concelho desde o 25 de Abril.
É preciso sobretudo, que ninguém fuja às suas responsabilidades pelo descalabro ocorrido.
Uma derrota nas eleições é concebível e, na maior parte dos casos, aceitável.
Mas, tendo-se em conta os resultados das autárquicas, parece evidente que alguma coisa simplesmente não funcionou na estratégia de campanha socialista.
E, nesse caso, é preciso que se ultrapasse o tradicional “assumo a culpa”, dito com o inevitável ar compungido.
É preciso que aqueles que foram responsáveis pelo erro não só o assumam como deixem o caminho livre para novos actores e ideias."
"É muito jogo" - como diriam os meus ex-colegas de profissão. Mais, digo eu, é muita coincidência um recém chegado à política local já saber (quase) tanto como quem por aqui vagueia há trinta e tal anos.Com todo o respeito pelo sagrado, mas, coisa assim, só por obra e graça do espírito santo... de orelha!
1 comentário:
Há muito que tinha detectado isso... Mas enfim,isto tudo me faz confusão.. misturar CDU com informação Municipal, com "correio de Peniche", ou agora, os cartazes a publicitar o Rip Curl Pro que se encontram na avenida Monsenhor Bastos, descolaram-se com a chuva, e por baixo encontra-se (agora a descoberto) a face do Nosso Presidente.
Ando confuso com esta história das competências e domínios!
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