Confortávelmente sentado no último grito da moda sanitária, Marcelo tentava recordar os dias passados. Fazendo força, lamentava a terrivel falta de apetite que o impedia, sequer, de olhar para um prato de sopa e, pior, não permitia qualquer cheirinho a vinho à sua volta.
E, fazendo mais força, amaldiçoava a falta de vista que o não deixava fazer o totoloto nem perceber os filmes da televisão, como se não bastasse a surdez precoce motivada por um acidente na tropa.
Fazendo mais força ainda, injuriava as mulheres por, agora, já nada lhe despertarem.
As memórias sucumbiam à passagem dos minutos e Marcelo, enraivecido pelo apagão, fazia cada vez mais força sem que daí resultasse qualquer merda.
Então, desesperadamente empedernido, gastou a última réstea de forças e gritou - como nunca fizera nos seus oitenta e cinco anos de vida:
- Adeus mundo cruel !!!
E, fazendo mais força, amaldiçoava a falta de vista que o não deixava fazer o totoloto nem perceber os filmes da televisão, como se não bastasse a surdez precoce motivada por um acidente na tropa.
Fazendo mais força ainda, injuriava as mulheres por, agora, já nada lhe despertarem.
As memórias sucumbiam à passagem dos minutos e Marcelo, enraivecido pelo apagão, fazia cada vez mais força sem que daí resultasse qualquer merda.
Então, desesperadamente empedernido, gastou a última réstea de forças e gritou - como nunca fizera nos seus oitenta e cinco anos de vida:
- Adeus mundo cruel !!!
Depois, puxou o autoclismo.
1 comentário:
A grande Filosofo do auto clismo da merda !
Grande Pensador !
E eu e' que sou o maluco !!
ManuelJoaquim Leonardo
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