Depois de ter visionado três vezes seguidas o filme que ontem aqui publiquei, não senti a emoção "ego-tuga" que deveria despertar tanta gente e tantas coisas boas "made in Portugal".
Preocupado, tentei perceber tamanha insensibilidade num último visionamento da peça e descobri.
Descobri que o problema nasce aos 0,24m na "identificação deste país". É aí que a diferença de opiniões condiciona todo o resto. Os autores (provavelmente pagos para isso) tentam vender a "opção B - o lugar para crescer". Mas a quem?
Quem não sabe que Portugal é hoje "um país em crise (opção A)", à beira de ser "um país à venda (opção C)"?
Por isso é que estas tentativas de desvio da opinião pública não conseguem contrariar os malabarismos e palhaçadas que a vida política portuguesa, diariamente, nos oferece.
Termino com uma conhecida anedota que, adaptada, ilustra bem o meu tema de hoje.
"O português Gaspar passeava pela Europa do Norte, na companhia de um
amigo grego, de um italiano e de um espanhol.
Um dia, os quatro foram emboscados por um grupo de skinheads neonazis
que os raptou e levou para uma quinta da floresta fria e negra à beira da velha
estrada que liga a Alemanha à Finlândia, passando pela Holanda.
Aí foram atados, pendurados pelos braços e foi-lhes dada uma opção:
morte ou bananão.
"Morte ou bananão?", interrogaram-se os amigos latinos de
tez morena.
A líder do bando de europeus do Norte, de cabeça rapada e suástica
tatuada, mandou entrar dois carrascos. O primeiro tinha uma pistola, que com
solenidade carregou. O clique foi eloquente. O segundo, um gigante hooligan, desapertou as calças revelando
um enorme, um descomunal e erecto bananão.
Um a um, os desgraçados dos do Sul, que nunca mais regressariam às
suas terras para pagar as dívidas que tinham contraído para fazer a viagem,
foram escolhendo:
"Morte ou bananão?", perguntou a líder dos skins ao grego.
"Morte", respondeu o grego cuspindo para o chão cheio de dignidade.
"Morte ou bananão?", perguntou a líder dos skins ao italiano.
"Morte", disse o lacrimoso napolitano.
"Morte ou bananão?", perguntou duas vezes a líder dos skins
ao transpirado espanhol que não conseguiu fazer-se entender à primeira por
causa do sotaque. "Muerte", disse o espanhol.
Depois foi a vez de Gaspar.
"Morte ou bananão?", perguntou o líder.
O português achou que, apesar da brutalidade, era bem capaz de
aguentar o erecto bananão: "Não,
morte não…" pensou "eu aguento
o bananão."
Gaspar, fechou os olhos,
assumiu a posição e gritou, cheio de coragem: "Bananão!"
E então a líder neonazi berrou:
"Seja. Bananão até à morte!!!"