segunda-feira, 31 de março de 2014

Haja alegria


Clikimagem
Hoje tenho o grato prazer de contribuir para a saúde mental dos portugueses.

Finalmente vamos poder corresponder ao tanto que nos é pedido.

Basta clicar na imagem, escolher o alvo e arrefinfar com a ajuda do rato.

Daqui a 5 minutos nem vai acreditar na sensação de tanto alívio e felicidade. 

domingo, 30 de março de 2014

Poema (?) à minha guerra

Esta noite sonhei que tinha morrido.
Na guerra.
Houve choro e cantar dorido
cá na terra.

Mais tarde veio a medalha,
com honra canalha
e direito a escrito mural.
No Memorial.

Agora, desperto do sonho de morte,
sinto alívio e beijo a sorte
de ter ido à guerra e voltado:
em pé. Não deitado!





quinta-feira, 27 de março de 2014

Recordações dolorosas

Hoje, a caminho da capital do reino, com o rádio sintonizado na Antena 1 ouvi senti, como nunca tinha sentido, o peso significante da "menina dos olhos tristes" de Zeca Afonso/Adriano Correia de Oliveira. 
Durante mais de meia hora (até parar o carro) passaram por mim os dias, os meses, os anos de terror que a espera pela servidão militar me fez passar: o medo da guerra, o temor de ser estropiado,  o receio da morte.
Sei, sempre soube, que a família sofria do mesmo pavor - em surdina para não me assustarem (?). Sei, sempre soube, como esta inevitabilidade era aceite em "casa". E sei, sempre soube que, como nós, milhares de portugueses sofriam exactamente a mesma dor por antecipação. 
Foi assim durante doze anos. Foram muitas as "meninas de olhos tristes", os "senhores pensativos", as "senhoras de olhos cansados", e os "amigos tristes" a chorarem a morte de 8.290 jovens portugueses e os milhares de deficientes sobrantes do espólio da guerra colonial.
- Não há comparação possível com a "guerra" que hoje muitos jovens travam com uma nova forma de colonialismo - o económico, pensei!
É que apesar de tudo, hoje "a lua que é viajante, é que nos pode informar, o soldadinho já volta" (se quiser, claro!)

quarta-feira, 26 de março de 2014

À minha grande credora

 
Quando os sentidos começam a querer dizer-nos que nada mais há para dar ou receber, eis que surge uma nova inexplicável força que como que nos ressuscita e liberta dessa lenta, mas agoniante sensação de nos aproximarmos do fim da viagem.

É isso que eu te ficarei a dever, Carlota.

Eternamente!



segunda-feira, 24 de março de 2014

domingo, 23 de março de 2014

A çores e com legendas

Ao que sabe voltar à casa que julgamos querer abandonar de vez?
Um jovem açoriano a estudar em Lisboa faz uma viagem à ilha  de São Miguel tentando descobrir qual a sua relação com a terra-natal à medida que a distância e o tempo os vão separando.
Percorre e filma com um novo olhar os sítios que o viram crescer e que até agora lhe traziam uma sensação agridoce.
Ao longo deste exercício, realizado para um atelier de documentário da sua licenciatura, Diogo Lima repete continuamente que odeia a sua terra, mas é difícil acreditar nisso.





sexta-feira, 21 de março de 2014

Desfado



Hoje, Dia Mundial da Poesia, não quero deixar de publicar um dos poemas que mais me impressionou nos últimos tempos. 

Por isso e apesar da fadista Ana Moura o ter tornado um êxito depois de musicado, "Desfado" - poema de não negação de Pedro da Silva Martins distinguido em 2012 pela Sociedade Portuguesa de Autores - merece hoje representar a minha homenagem à Poesia:


Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum

Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia 

Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente

Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro

Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada

quarta-feira, 19 de março de 2014

ADN's

"(Como sou um gajo cheio de manias, não gosto de partilhar coisas que são só nossas nem dos recordes de parolice que se atingem por estes dias. Mas desta vez vou quebrar a regra porque de outra forma não seria homenagem. E é isso que pretendo – um tributo).
Hoje passo a celebrar uma data que era só tua. Talvez por isso me passaram por de trás dos olhos os muitos momentos que me marcaram nestes 12349 dias, com especial relevo para dois que me mudaram por dentro. O primeiro quando me perdi em Lisboa. O segundo, quando o teu coração falhou. Não acreditei que te fosses logo, mas soube que algo tinha de mudar. Apareceu-me aquele bicho-de-sete-cabeças, e tão castrador, que é a Responsabilidade. Tive de crescer. Não para me enquadrar no teu lugar mas porque tinha de recuperar o tempo perdido e aprender contigo tudo o que me faltava. Ainda bem que por cá ficaste. Gastei 107 palavras para dizer que és, à semelhança do teu pai, dos melhores exemplos que poderia ter. Que gostava de ser mais parecido contigo e sempre que me faltar o Norte vais ser tu a minha linha-de-fé.
Obrigado, 
Diogo."
(A imagem serve para aligeirar as palavras e comprovar que Darwin estava certo na evolução das espécies.)



domingo, 16 de março de 2014

Onde é que estavas em 16/Março/74?

"Naquele mês de Março de 1974, ambos estávamos a prestar serviço como oficiais milicianos na EPAM (Escola Prática de Administração Militar), na Alameda das Linhas de Torres, no Lumiar. Um dia, o António pediu a minha ajuda para uma “operação”: telefonar à mulher dele, a meio da manhã, informando-a de que, inesperadamente, tinha ocorrido uma emergência e que ele fora enviado, com outros colegas, para um “exercício militar”, pelo que estaria incomunicável durante 48 horas. Devia acrescentar que era apenas um treino, pelo que não havia qualquer razão para ela se preocupar. Na lógica de uma velha (ainda que contestável, eu sei!) solidariedade masculina, prontifiquei-me a fazer a chamada telefónica.
O plano do António era arrancar cedo para a Ericeira, acompanhado de uma bela pequena, impante no seu MGB. Havia já assegurado, antecipadamente, uma folga no serviço, para que tudo corresse sem falhas. No seu caminho para a Ericeira, passou na Alameda das Linhas de Torres e do que se lembrou? De ir atestar o depósito de gasolina na unidade militar, onde o preço era muito mais barato. Esse era um dos privilégios que ninguém deixava de utilizar.
À chegada à EPAM, um complexo situado onde hoje é uma universidade, o António estranhou ao ver que os grandes portões de entrada estavam fechados, contrariamente ao que era habitual. Buzinou, aparecendo pela guarita a cabeça do sargento-de-guarda, o qual, reconhecendo-o, deixou entrar o MGB.
Só que a vida tem destas surpresas: estávamos precisamente no dia 16 de Março, as tropas fiéis ao general Spínola tinham-se amotinado na noite anterior nas Caldas da Rainha e a EPAM, como todas as unidades militares, estava, desde há horas, de rigorosa prevenção. Como era de regra nestes casos, todos os militares ficavam obrigatoriamente retidos em serviço.
O António já não foi autorizado a abandonar a unidade, recordo-me da sua fúria e do imenso gozo com que alguns de nós, conhecedores do “esquema” que acabara de se esboroar, vimos a pobre e bela amiga do António a ter de sair da EPAM, a pé, com um saco na mão, em busca de um táxi ou de um autocarro.
Por mim, livrei-me de ter de dizer uma mentira à mulher do António. Ele tinha agora um álibi imbatível."     FSCosta

sexta-feira, 14 de março de 2014

Keep calm - são apenas 84.




"Tal pai, tal filho" - diz-se.


Mas, em boa verdade, poucos filhos são semelhantes ao pai: a maioria é inferior e poucos, muito poucos, são melhores que ele.

Eu não tive essa felicidade porque tenho um PAI muito grande!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Peniche não merece isto (7)

A poucos dias da inauguração do monumento aos Combatentes do Concelho de Peniche, prevista para o próximo dia 23, manifesto, desde já, a gratidão que me merecem os promotores da concretização desta justa e velha aspiração das gentes, directa ou indirectamente, ligadas aos combatentes do nosso concelho.
No entanto, a implantação do monumento: a 2 ou 3 metros à frente da esplanada de um estabelecimento comercial, para além da agressão visual que representará, lança-me a dúvida sobre o respeito pela dignidade exigida por esta (e qualquer outra) escultura tão carregada de simbolismo.
Provavelmente, a convivência (nem sempre pacífica) entre os frequentadores de esplanada e a estátua terá escapado na escolha do local, ou talvez não e se ache que é assim mesmo que este tipo de arte cumprirá o seu papel - tipo Fernando Pessoa no Chiado em Lisboa...
É claro, claríssimo, que não será a mesma coisa. Mas, por favor, não mudem o monumento ao Homem do Mar para o mesmo passeio do restaurante Canhoto (ou qualquer outro na Avenida do Mar), nem mudem a estátua da Nª Srª da Boa Viagem para o átrio de um dos hotéis à entrada da cidade.
Ah! e se pensarem mudar a Rendilheira de Peniche para a porta do Café Oceano, lembrem-se que o Zé Manel do Café Aviz pode não gostar da exclusividade!

domingo, 9 de março de 2014

... e o Dia das Outr@s? (sem preconceito)

"... porque nem toda a feiticeira é corcunda,
                                nem toda a brasileira é bunda...
                                               meu peito não é de silicone,
                                                           sou mais macho que muito homem!"


sábado, 8 de março de 2014

À mulher da gente


Ela pode matar com um sorriso
Ela pode ferir com os seus olhos.
Ela pode arruinar a sua fé com  as suas mentiras ocasionais.
E ela só revela o que quer que tu vejas.
Esconde-se como uma criança
Mas para mim ela é sempre uma mulher.

Ela pode levar-te para o amor
Ela pode ter-te ou deixar-te
Ela pode pedir a verdade
Mas ela nunca vai acreditar ti
Ela pegará o que lhe deres conquanto seja de graça
Sim, ela rouba como um ladrão, mas ela é sempre uma mulher para mim

Oh, ela cuida de si mesma
Ela pode esperar se quiser
Ela está à frente de seu tempo
Ah, e ela nunca desiste
E nunca cede
Ela apenas muda a sua mente

Ela vai te prometer mais
Que o Jardim do Éden
Então ela descuidadamente ira cortar-te
E rir enquanto tu sangrares
Mas ela vai trazer o melhor
E o pior que pode ser
Culpa-te apenas a ti mesmo
Porque ela é sempre uma mulher para mim.

Oh, ela cuida de si mesma
Ela pode esperar se quiser
Ela está à frente de seu tempo
Ah, e ela nunca desiste
E nunca cede
Ela apenas muda a sua mente

Ela é boa com freqüência
E ela, de repente, cruel
Ela pode fazer o que agrada
Ninguém a faz de boba
Mas ela não pode ser convencida
Ela se formou
E o máximo que ela irá fazer
É jogar sombras em ti
Mas ela é sempre uma mulher para mim.


sexta-feira, 7 de março de 2014

Contas à moda do Belmiro

Belmiro de Azevedo, reiterando há poucos dias o amor incondicional que tem pelos portugueses, especialmente pelos que (ainda) trabalham, afirmou que "os alemães fazem três ou quatro vezes mais do que os portugueses". 
Numa primeira análise, achei que o senhor SONAE estaria a cometer uma tremenda injustiça para com aqueles que, só em 2013, (segundo a revista Forbes) fizeram com que a sua fortuna pessoal passasse de 1.050 milhões para 2.500 milhões de dólares
No entanto, lembrei-me da verdadeira razão para tamanha ignomínia. Elementar e fácil. Basta saber a tabuada (ou manusear uma calculadora):
- Se em vez de produzir 1, o português produzisse 3 (dou de barato a diferença duvidosa para 4) o senhor Belmiro de Azevedo TRIPLICARIA o seu lucro do ano transacto. Ou seja, em vez de 2.500 milhões teria uma fortuna de 5.400 milhões de dólares - o que lhe daria para saltar do 687º para o 263º lugar da lista das maiores fortunas do mundo.
Ora, como diria Calimero, deixar de ganhar 2.900 milhões de dólares num ano... é uma injustiça, não é?
Então o senhor Belmiro tem ou não razão para chamar preguiçosos aos portugueses? 
Mas o que os portugueses lhe chamaram depois de sabida esta blasfémia também não lhe assenta mal, pois não?

quarta-feira, 5 de março de 2014

Par(a)Lamentar

Um parlamentar europeu de nacionalidade holandesa explica-nos como se se vive e trabalha no Parlamento Europeu em Estrasburgo. Se dúvidas houvesse...





terça-feira, 4 de março de 2014

Cégada Penicheira

Assistir ao corso carnavalesco de Peniche é, no mínimo, aplaudir a disponibilidade, a irreverência e a dedicação de umas centenas de penicheiros para quem o lema é mostrar que a vida são dois dias e o Carnaval três.
É verdade que a quantidade, nalguns casos, suplanta a qualidade, mas ninguém se sente defraudado por dúzia e meia de figurantes (compreensivelmente) marcharem em ligação directa com garrafas de cerveja, ou por haver matrafonas tão trapalhonas que parecem verdadeiras, ou até por algumas figuronas (e figurões)  desfilarem no alcatrão como se numa passerelle se exibissem.
Se o carnaval penicheiro é genuíno demais para merecer notas negativas de qualquer espécie, os seus grupos e participantes muito menos. A nós, os que por falta de coragem ou sentimento carnavalesco não desfilamos,  enquanto assistentes temos o dever único de os aplaudir e agradecer-lhes as horas de desanuvio das pesadíssimas cargas emocionais que acumulamos nos restantes 362 dias do ano.
Para finalizar e porque em Peniche não há carnaval sem cégada, deixo nota de uma cena que hoje poderá ter mudado a opinião que antes referi - pelo menos por entre as dezenas de pessoas envolvidas:
- Como a foto documenta, 15 minutos após o desfile do último grupo na rua Alexandre Herculano e Arqº Paulino Montez, andava o "carro-vassoura" dos serviços de limpeza da câmara municipal, a varrer em marcha acelerada obrigando as pessoas (algumas com crianças) a saír (correndo) dos seus lugares...
Houve até quem perguntasse:
"-Mas que pressa é esta? Vais haver eleições?"

 

sábado, 1 de março de 2014

A síndrome de Kiev

HOLODOMOR - esta será, porventura, a palavra mais lembrada nos dias de hoje por grande parte dos ucranianos. Não só pela sua forte relação com o recente (1932/33) genocídio dos seus antepassados,  mas pelo que de mais, muito mais, poderão significar as actuais atitudes bélicas do neo-imperialismo "putinico", sempre à espreita de ressuscitar a união soviética.