quinta-feira, 31 de março de 2016

Sodade de nha Cesaria

On y va?
Si, on va!
Evora, Evora
Evora, Evora
Evora, Evora
Evora, Evora

Les effluves de rhum dans ta voix, me font tourner la tête
Tu me fais danser du bout des doigts, comme tes cigarettes
Immobile, comme à ton habitude, mais es-tu devenue muette?
Ou est-ce à cause des kilomètres, que tu ne me réponds plus

[Refrain]
Evora, Evora, tu ne m'aimes plus ou quoi?
Evora, Evora, après tant d'années
Evora, Evora, une de perdue, c'est ça?
Evora, Evora, je te retrouverai, c'est sûr

Souviens-toi de la première fois, où nos regards s'étaient croisés
Même que ton oeil disait merde à l'autre, surtout à moi
Mais pourquoi moi, alors que les autres te trouvaient bien trop laide
Peut-être que moi je suis trop bête, mais je sais t'écouter

[Refrain]

Ave Cesaria, chapeau pour la route à pieds
Nue est, et nue était, Diva aux pieds nus, restera
Et à vie Cesaria, et à la mort aussi
"Obrigado", tu "obrigada" des millions de soldats dans ta patrie
Donc garde à vous Cesaria, tu nous as tous quand même bien eus
Aah tout le monde te croyait disparue, mais tu es revenue
Sacrée Cesaria, quelle belle leçon d'humilité
Malgré toutes ces bouteilles de rhum, tous les chemins mènent à la dignité

[Refrain]

[Chants]
Oh Sodade
Saudade de nha Cesaria


sexta-feira, 25 de março de 2016

Arrasas de coisa nenhuma


Há pouco, ao passar por estas fotos, lembrei-me de que eu ainda sou do tempo em que havia peixe em Peniche, havia barcos de pesca em Peniche, havia "vida" em Peniche.
Hoje, é certo, Peniche continua a ter alguns barcos, algum peixe e alguma "vida". 
Mas não é a mesma.
Naquele tempo havia sardinhas, carapaus, cavalas e chicharros (para não falar no saudoso marisco e peixe grosso) em tal quantidade que "arrasavam". Não sendo estranho, portanto, uma "arrasa" de sardinha ou de "charro". Espécies cuja pescaria resultava numa maré tamanha de quantidades - nem sempre de rendimentos.
Outras gentes, outras vidas, nada, nada invejáveis pela sua dureza e (des)compensações; apenas o tempo, aquele tempo de abundância, me traz saudades - do mar e das marés que contribuíram para a identidade desta terra, o que, aos poucos, vem perdendo, fruto da descaracterização a que a cegueira da modernidade duvidosa a tem levado.  



quinta-feira, 24 de março de 2016

Precário q.b.


Sem menosprezar a relação íntima entre a qualidade (saber, reverência e disponibilidade) do trabalhador e o prazo contratual, esta é a realidade: o figurino que rege o Trabalho em Portugal.


Trabalhadores contratados a prazo, porque patrões a prazo (enquanto têm subsídios do Instituto do Emprego e Formação Profissional, apoios da União Europeia, e benefícios fiscais), porque governos com prazos (de oportunidade política, rattings e legislativos). 
Somos um país a prazo - um povo com data de validade prestes a caducar...


terça-feira, 22 de março de 2016

Prato da casa (ensaios)


O Verão jazia há muito.
Durante os últimos meses ela dançava graciosamente (como que em pontas) à sua volta, para que ele a visse, para ele que a sentisse, em agonia: para que tentassem colar os estilhaços a que se reduzira o seu amor, paixão ou lá o que fora...
Com toda a paciência do mundo, dançava (como que em pontas) para parecer mais bonita, insinuante; tocava-lhe no ombro, velava-lhe o sono, esperava libidinosamente o seu acordar.
Ele nunca a viu.
Até que um dia destes, ao afagar a testa, sentiu as melhoras (como que nas pontas) das dúvidas ali plantadas pelo aparecimento inesperado em casa na última noite de férias do Verão passado. 
Ganhou coragem, olhou para trás. Ela já lá não estava.
Desistira; sem ruído, sem desculpas ou justificações - que sempre soariam como pontas soltas.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Uma Sena (de Jorge)

"Essa ideia de que pouco a pouco tudo ascende ao refinado, ao puro, ao superior - batatas.
Da corda de tripa à corda de metal,perdeu-se a subtil doçura de uma arcada.
Quanto mais a cultura se divide por milhões de bestas menos qualidade resta a cada um.


E tudo há-de acabar computador da América ao som do biribum do germanismo bárbaro vestido com progressos.
Arreda gente! 
Somos romanos nós, somos romanos!"

terça-feira, 15 de março de 2016

Musicoterapia

Para muitas famílias e cuidadores, quando se torna difícil comunicar com o doente de Alzheimer, existem  abordagens facilitadoras de um relacionamento adequado e (sempre) respeitador da dignidade de quem se esqueceu muito do que foi, mas cujas emoções perduram até ao final. 
A música é uma dessas terapias.

domingo, 13 de março de 2016

Os ninguéns

"As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza"


(Eduardo Galeano)


quinta-feira, 10 de março de 2016

Um murro no estômago

Este vídeo - cuja partilha se exige - poderia ser o final feliz de um sonho fabuloso. Mas não é.
Não é, porque, arrancar anualmente 15 milhões de meninas do seu ciclo normal de crescimento e obrigá-las a casar antes dos dezoito anos, será tudo menos um conto de fadas.
Um verdadeiro atentado aos direitos humanos, que, por envolver crianças, deveria ser configurável como crime de violação.




quarta-feira, 9 de março de 2016

Desculpa, Rui Vitória!

ENGANEI-ME. Desculpa, Rui Vitória!
Desde os primeiros jogos da época, tenho sido muito crítico relativamente ao futebol que o (meu) SLBenfica pratica.
E, claro, depois de criticar a política de contratações de jogadores, as desconsiderações futebolísticas sempre recaíram sobre o seu treinador. 
Mas a verdade é que, aconteça o que acontecer daqui para a frente, o "Ferrari" aí está: com pneus de tractor agrícola e por vezes algo lento a reagir por força da mistura de combustíveis, mas humilde, coeso e, principalmente, com uma força psicológica que o faz "roncar" bem alto pelas 3 pistas onde compete (Liga Portuguesa, Taça da Liga e Champions). 
Ora, tudo isto não será apenas obra do acaso e sorte, nem, muito menos, do ex-mister JorgEgo que não pára de cuspir no prato onde encheu a mula. 
Se hoje o SLBenfica eliminou o Zenith - depois de, no sábado passado, ter posto o señor Carballo a grunhir de raiva por perder o primeiro lugar na Liga - é preciso dizer que tu, Rui, mereces os maiores agradecimentos de todos nós índios, lampiões e sarracenos. 
Por isso, também eu aqui deixo, publicamente, o meu agradecimento e sincero pedido de desculpas por me ter enganado (é raro, mas acontece, até aos melhores) a teu respeito, Rui. 
Foi pena não me ter enganado quanto a outras gentes de outro "campeonato" que, nos últimos quatro anos, se preocuparam apenas em defender as suas "federações", deixando dois milhões de portugueses à beira da pobreza. 
E, o curioso disto tudo, é que o treinador principal foi hoje substituído - o Silva deu lugar ao Sousa! 


terça-feira, 8 de março de 2016

Que vivam as mulheres, pois claro!


Que vivam as mulheres que não escutam canções românticas; e as que choram com elas também.
Que vivam as mulheres que sonham ao dormir... e dormem.
Que vivam as mulheres que apagam sessenta velas porque comemoram sessenta anos
Que vivam as mulheres que deixaram de ordenar as coisas que outros desordenaram.
Que vivam as mulheres que têm filhos.  E as que  os não têm também.. 
QUE VIVAM!
Que vivam as mulheres que sabem que um carinho jamais supera um pedaço de chocolate.
Que vivam as mulheres que se atrevem a viver. As que se atrevem a viver. 
A VIVER!
Que vivam as mulheres que deixaram  de preocupar-se com o que os outros pensam, sem se deixaram de preocupar com os outros.
Que vivam as mulheres!
QUE VIVAM AS MULHERES!!!
(Miguel Bosé)

segunda-feira, 7 de março de 2016

Posso pedir um disco?


Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We're not that strong, my lord
You know we ain't that strong
I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers
It's a long long long long way
Os olhos da cobra verde
Hoje foi que arreparei
Se arreparasse a mais tempo
Não amava quem amei
Arrenego de quem diz
Que o nosso amor se acabou
Ele agora está mais firme
Do que quando começou
A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar
E se não tivesse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
E se não tivesse o amor
No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca

sábado, 5 de março de 2016

És la vida, señor Carballo

"A veces tienes que aceptar el hecho de que algunas personas sólo han entrado en tu vida como una felicidad temporal"
(Ed Sheeran)
Clikimagem

quarta-feira, 2 de março de 2016

Fragmento 107


"Passo horas, às vezes no Terreiro do Paço, à beira do rio, meditando em vão. 
A minha impaciência constantemente me quer arrancar desse sossego, e a minha inércia constantemente me detém nele.
Medito, então, em uma modorra de físico, que se parece com volúpia apenas como o sussurro de vento lembra vozes, na eterna insaciabilidade dos meus desejos vagos, na perene instabilidade das minhas ânsias impossíveis. Sofro, principalmente, do mal de poder sofrer.
Falta-me qualquer coisa que não desejo e sofro por isso não ser propriamente sofrer."
(Bernardo Soares - Livro do Desassossego)

terça-feira, 1 de março de 2016

A seita tem (mais) um radar

Depois de sete horas a assistir à passagem de alguns dos modelos mais(?) opinantes da Economia do momento e tal como esperado, pelo menos por quem anda atento ao que se passa fora da(s) caixa(s) - televisivas, faceboockianas, etc. e tal - ficou claro que a redução (parcial) de 10% do IVA da restauração não irá causar reduções significativas (o mesmo que = 0) nos preços dos serviços prestados.
E porquê? pergunta-se, com o eventual desalento de lógicas furadas.
Porque - dizem os AHRESPes - quando o governo PSD/CDS aumentou o IVA de 13 para 23% os preços não o sofreram o acréscimo proporcional, tendo sido o sector a "aguentar a consequência"...
Mas a maior "consequência" da alarvidade fiscal, sentiram-na 60.000 pessoas que deixaram de ter emprego.
E, por isso, é que, hoje, no seu discurso de encerramento destas Jornadas, António Costa terá menorizado o evidente incumprimento da promessa da restauração no que aos preços respeita, mas enfatizou a monitorização dos resultados com que o sector se comprometeu a troco da medida constante do OE (-10% IVA): aumento da empregabilidade.
Ou seja, o Governo vai juntar mais uma pulseira electrónica às que já controlam esta actividade como se fosse o CAE mais criminoso da Economia portuguesa, parecendo querer continuar a ignorar a pouca vergonha fiscal que continua a verificar-se nas actividades primárias.
De qualquer forma, aplauda-se esta nova regra governativa. É importante saber-se (governantes e governados) quem e como se pagam as promessas. 
A bem da Nação!