terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Amanhã é outro ano


... e, mais uma vez, o sotão ficou por arrumar, a garagem continua cheia de sei lá o quê, a janela da sala persiste em gemer quando a nortada carrega.
Mais uma vez a viagem ao destino-sonho ficou por fazer, não se assistiu ao concerto da música preferida , faltou o tempo(...) para reler meia dúzia dos livros e reouvir discos que, noutros tempo, se consumia diariamente. 
Adiado (outra vez) tentar aprender novas artes e manhas ocupacionais, (re)atrasadas as visitas a alguns familiares e amigos - vivos e não.  
Em suma, mais uma vez não se foi onde se queria ir, não se fez o que se queria fazer, não se cumpriram desejos, prazeres e outras coisas boas da vida.
Ok. Paciência, que se lixe!
Amanhã é ano novo - vida nova!
Agora é que vai ser!!!

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Minas e armadilhas

Das muitas vezes que visitei Montalegre fiquei fã; a vila, a carne barrosã, o fumeiro, o pão e doçaria, o voo em parapente e, fundamentalmente, a bonomia transmontana da sua gente ficaram-me gravadas. Mas, infelizmente, terei passado ao lado do seu espírito ecologista - hoje tão fervoroso, a crer nas suas(...) recentes manifestações ambientais sobre a exploração do lítio. Tamanha veemência parece querer significar que o fluxo cultural português terá dado meia volta, e Trás-os-Montes hoje provará à evidência, e ao resto do país, que a ignorância secular que amaldiçoou as suas gentes por força da exclusão sócio-cultural de séculos, estará vencida, dando lugar à sua elevação cultural, nomeadamente na área ordem do dia como é a defesa do meio ambiente relativamente à intervenção humana, o que apraz registar. O futuro dirá se este espírito contestatário - fortemente exacerbado pelo seu valor mediático - é real como merece, ou mais (político) sobre a forma inverosímil, desajeitada nas justificações sobre o dossier da atribuição de exploração, conforme, aliás, as nossas governações sempre têm feito na precipitação que põem na partilha do país rentável. Enquanto isso, experimentemos o "nirvânico" lithium.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

A última dor

"... e o médico disparou:
- Restam-te 2 minutos de vida!
- Ok! então deixa-me ouvir o Hurt do Jonny Cash... - implorei.
- Mas a música dura 3 minutos e 51 segundos!?! - adiantou o médico.
- Não faz mal, Deus espera! -
Autorizou o anjo da morte.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Por falar em... envelhecimento

Porque o Saber não ocupa lugar, a partir de hoje vou aqui partilhar algumas das minhas (re)aprendizagens - com a ajuda do dr. Júlio Machado Vaz e seus convidados - sobre alguns dos temas mais interessantes relacionados com o ser humano.
Bom proveito!



domingo, 13 de outubro de 2019

Mulherão é isso aí

Cláudia Raia rachando tabus - ou quando ser BOA é um como um poker de ases: boa no que mostras, no que pensas, dizes e fazes.



sábado, 12 de outubro de 2019

Às vezes dói

Como ontem aqui subscrevi a "carta aberta escrita para a Tribuna Expressoque gerou grande controvérsia nas redes sociais e junto dos visados, hoje também aqui deixo o comentário que RAP (Ricardo Araújo Pereira) entendeu tecer sobre as críticas e críticos à sua (e minha) co-subscrição .
Acho que RAP, por vezes, não convive muito bem com as críticas ao seu trabalho
(como nesta peça é visível) e admiro a excelência da sua (e dos seus colaboradores) memória, mas, desta vez, RAP ficou aquém da sua habitual procura de isenção de sentimentos politico-desportivos, deixando-o perceber pelo exagero do tom acintoso com que premiou os seus críticos.
Sempre respeitando as alternativas, acho bem ser-se de Esquerda e benfiquista, mas, sendo-o, não terá que se ser obrigatóriamente comunista e/ou indefectível da SAD/LFVieira.
Mas, desta vez, Ricardo, exageraste. E assim, como dizes no vídeo, "doeu... doeu tanto"!

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

SUBSCREVO

Fotomontagem que fiz com base na "carta aberta escrita para a Tribuna Expresso e dirigida à direcção do clube da Luz e que é sobre alguém que chegou ao Parlamento e que é "conhecido apenas e só por ser do Benfica"

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Dá cá, toma lá

Dantes, nos tempos da "liberdade" salazarenta, as opiniões díspares tinham de ser entrelinhadas ou embrulhadas no espesso papel manteiga da época para consumo em local secreto.
Hoje, felizmente, não é assim; no entanto ainda se nota que há gente - culta, educada, do tipo nada consta em desabono - que, politicamente falando, parece preferir o comodismo da critica fácil, ao exercício do mais elementar acto de cidadania: que em Democracia se chama votar, argumentando egoisticamente:  "Ah e tal... não sustento isto e aquilo, o sistema está viciado, prefiro ficar em casa a desfrutar a boa vida, etc., etc..."!
Se é pena que esta argumentação possa fazer fé junto dos menos esclarecidos, mais lamentável se torna quando leva cidadãos de formação acima da média, tendencialmente mais altruístas, a fazer abstenção num acto de tamanha importância colectiva como o do passado dia 6.
A verdade é que 45,5% dos eleitores inscritos abstiveram-se, constituindo assim o grupo (4.250.000 pessoas) mais significativo das Legislativas/2019, que, hipoteticamente, teria a quase maioria de deputados na futura Assembleia da República.
Perante a crescente radicalização deste panorama, será tempo de o Sistema olhar para dentro de si próprio e, à semelhança de muitos outros países, trocar a autonomia, o civismo e a liberdade do actual sistema de voto, por um sistema de voto obrigatório que penalizará os não votantes; por exemplo, no princípio básico de "dá cá, toma lá", ou seja: votaste... és cidadão merecedor dos benefícios do Estado
(saúde, educação, assistência social e judiciária, etc.); não votaste... paciência, votasses!
Não parece muito democrático, pois não? Mas, infelizmente, se calhar, é o futuro tema que, hipocritamente, esperam os tais comodistas e os seus franco-atiradores para desabar impropérios sobre Abril/74.  

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Viva o nudismo!

"Um dia a Mentira encontrou a Verdade e disse-lhe:
- Bom dia, dona Verdade!
E a Verdade foi conferir se realmente era um bom dia: olhou para o céu, não viu nuvens de chuva, não sentiu vento e notou que até havia pássaros a cantar. Então, admitindo que aquele seria um bom dia, respondeu para a Mentira:
- Bom dia, dona Mentira!
- Está muito calor hoje, disse a Mentira.
E a Verdade vendo que a Mentira falava a verdade, relaxou.
A Mentira então convidou-a para se banhar no rio. Despiu as suas vestes, saltou para a água e disse: 
-Venha dona Verdade, a água está uma delícia! 
E assim que a Verdade, sem duvidar da Mentira, se despiu e mergulhou, a Mentira saiu da água vestiu-se com as roupas da Verdade e foi embora. 
A Verdade por sua vez recusou a vestir-se com as vestes da Mentira e, por não ter do que se envergonhar, saiu nua, caminhando rua fora. 
E assim, desde então, esta é a razão por que, aos olhos de muita gente, é sempre mais fácil aceitar a Mentira vestida de Verdade do que a Verdade nua e crua”. 
(Parábola judaica)

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A comparar é que a gente se entende

Há poucos dias visitei uma das muitas praias situadas (bem) a norte de Peniche e, finalmente, pude confirmar uma teoria que venho desenvolvendo há alguns anos; em praias Bandeira Azul de razoáveis dimensões - como as que estão definidas em Peniche - é possível :
- existirem zonas de banho marcadas com (quatro ou cinco vezes) mais do que os "nossos" habituais 30/40 metros, independentemente do tamanho da maré ou do estado do mar e apenas frequentadas por banhistas - os surfistas apenas e só utilizam as zonas disponíveis fora das demarcações;
- disponibilizar wcpara mais do que uma pessoa em simultâneo;
- dispor de chuveiros facilmente acessíveis;
- ter lava-pés à(s) saída(s) da praia;
- proibir, de facto, a entrada e permanência de cães.
É claro que estas constatações apenas me serviram para (re)suscitar os lobbies que dominam a balbúrdia da orla costeira do concelho de Peniche e as incapacidades(...) que, alegadamente, costumam justificar a inacção a quem competirá fazer cumprir leis, editais e posturas. Nada a que não estejamos habituados, portanto!
   

domingo, 15 de setembro de 2019

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

"Os homens deviam ser o que parecem ou pelo menos não parecessem o que não são."

Hoje, a esta hora, segundo consta do programa da Cimeira dos G7 em Biarritz, estará a iniciar-se a sessão de trabalho sobre "o clima, biodiversidade e oceanos" onde, os representantes das "sete economias mais avançadas do mundo (in FMI)" discutirão o tema da actualidade, ou seja,  crise amazónica que ameaça ser o "final countdown" para o holocausto ambiental da Terra e, consequentemente, o começo do fim da espécie humana.
Naturalmente, as críticas e culpabilizações visarão agentes externos ao G7, bem como as promessas de maior empenhamento em medidas de salvação mundial terão a assinatura dos sete "trumpetistas" - uns menos hipócritas que outros, mas todos eles sempre mais preocupados com as suas economias e clientelas do que com os seus efeitos no meio ambiente.
O facto de não apreciar bíblias ditatoriais, não me impede de ilustrar este post com um discurso proferido em 1992 por Fidel Castro, antecipando tudo o que hoje se vem tornando evidente, ao mesmo que desafiava: "Paguese la Deuda Ecológica mas no la Deuda Externa".
Shakespeare tinha razão! ("Os homens deviam ser o que parecem ou pelo menos não parecessem o que não são")

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Zebras do Fialho

Eu sei, tu sabes, ele sabe, ou seja, todos nós sabemos que o maior saco roto que existe no município de Peniche é o pelouro do trânsito - tão raras são as queixas, esclarecimentos ou sugestões que mereçam atenção, resolução ou consideração.
Enquanto cidadão, não me considero um grande activista no que respeita à abordagem da temática "Trânsito em Peniche". Há-os muito mais veementes e importantes que eu. No entanto, tenho utilizado as diversas formas de contacto disponíveis para, essencialmente, alertar directa ou indirectamente quem de direito
(diga-se Freguesia de Ajuda e Câmara Municipal) sobre diversos pormenores que poderiam contribuir para mais segurança na circulação rodoviária e pedonal na cidade.
Por isso, e apesar de considerar a tarefa meio-quixotesca, hoje, deixo aqui uma pergunta/sugestão sobre a Avenida Monsenhor Manuel Bastos R. Sousa - no percurso da ex-recta do Fialho:
Será que os frequentadores e/ou visitantes da praia de Peniche-Cima, que utilizam a escadaria como acesso, não estariam mais seguros se aí próximo existisse uma passadeira de peões?
(Como, aliás, existe nas 1ª e 3ª escadarias).
O constante atravessamento de peões (irresponsáveis...) por zona desprotegida, mas desafiante, é um perigo eminente a merecer que o bom senso e atenção da autarquia atenuem os riscos de forma simples e rápida.
     

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Olh'o sol que há em mim

Comemorando o Dia Mundial da Fotografia, aqui fica a minha escolha das fotos em que, ao registá-las, mais me sinto próximo do sol.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Surfistas fatelas

Tinham recebido o voucher há dois meses como prenda de casamento. A oferta, apesar de um pouco comum, era desafiante, especialmente, para quem, vindo de Trás-os-Montes, frequentava praia e mar dez ou quinze dias por ano.
Organizaram-se, e na manhã do primeiro dia de Agosto aí estava o casalinho, João e Gena, na capital do surf, à porta do "Medão das Ratas - Surf School" apresentando o voucher que lhes dava direito a cinco lições/pessoa 
(já pagas) para a prática do mais famoso desporto de verão em Portugal.
O recepcionista da escola olhou para o voucher e de imediato comunicou-lhes não haver monitor português disponível para a semana em curso, o que lamentava.
Como as suas reclamações merecessem sempre resposta negativa, João e Gena  abandonaram o local, completamente fora de si.
A ira era tanta que, provavelmente, alimentou a ideia luminosa entretanto surgida: à tarde, logo a seguir ao almoço, João e Gena voltaram ao "Medão das Ratas", desta vez disfarçados - de calções e camisas estampadas, havaianas nos pés, óculos escuros e cabelos desgrenhados.
Instado pelo mesmo recepcionista ao que vinham, João, aparentando dificuldade em perceber a pergunta,  respondeu:
- Seni doland toggren pistiyo frozuc surf.
O recepcionista, completamente surdo ao idioma, retorquiu: "Do you speak english?"
- Yes, repondeu João.
- Ah, ok! Ó Zé Carlos, chega aqui que tenho dois camones de casa-do-c*r*l** para tu ensinares a surfar!

quinta-feira, 25 de julho de 2019

The 67th blues

À medida que a idade avança, aumenta o drama, não de ser velho, mas o de (ainda) nos sentirmos novos, ou o de muito querermos ser tão jovens na acção como ainda nos imaginamos.
Mas "ela" não perdoa, e todos os dias faz questão de se afirmar - ao espelho, num "ai" extemporâneo, num tremor inesperado, numa desmemória ou numa hesitação, em suma, numa qualquer indisposição que sempre procuramos desculpar(?) com a "puta da idade".
Seja como for, é-nos sempre grato, pelo menos uma vez por ano, passar um dia em que, apesar de acrescentarmos mais um número à vida, nos rodearmos do melhor que ela nos tem dado. E comigo tem sido pródiga nos amigos e, principalmente, na família - a maior razão de continuar a querer não ser velho, ou, como disse Vergílio Ferreira: "continuar a ser como música... mas num outro tom!"
É isso mesmo; não é preciso sambar, basta-me um tocar em tom de "blues" (de que tanto gosto).


  

terça-feira, 23 de julho de 2019

An englishman in Penixima


Momento "smartphoto" feliz ao encontrar esta maravilhosa personagem em pleno dia de verão cinzento na praia de Peniche-de-Cima  (leia-se Penixima) concentradíssimo nas perfomances surfistas de algum aluno (provavelmente seu familiar) das turmas que ali tentavam aprender a inventar drops em mar flat.

Não resisti, e, lembrando-me de Sting cantando "Oh, I'm an alien, I'm a legal alien" chamei-lhe "englishman in Penixima" 

sábado, 20 de julho de 2019

Cinzentismos

A hipocrisia lusitana parece ter descoberto agora que, afinal, há racismo em Portugal. Então, vai daí, reduza-se tudo a "preto e branco"!
As opiniões
(umas mais corajosas que outras) dividem-se, mas não deixa de ser curiosa(...) a pandemia de daltonismo que, repentinamente, infectou a Sociedade portuguesa, especialmente a  mais (pseudo)moralista - tendencialmente mais progresssista, mas com  muitas subscrições conservadoras.
Agora, e parece que só agora, é que descobrimos que o "lusotropicalismo" era, e é, o placebo aceite como paliativo do racismo social e cultural que, uns mais que outros - e independentemente da raça, cor ou credo - sentimos, naturalmente,  de forma e intensidade diferentes.
É claro que o aproveitamento político da questão entrou na ordem do dia; é claro que os "political digital influencers" e os "snipers" partidários vão enchendo as páginas sociais de articulados prós e contras, enfim... nada que acrescente valor à eliminação do mito do "não- racismo" porque, contrariamente ao que se procura empolar,  em Portugal a Questão não será assim tão diferente da de outros países -  quer, principalmente, ex-colonizadores, quer ex-colonizados - onde "a democracia racial" (Brasil) ou "the colour blindness" (EUA, Reino Unido, Austrália, etc.) apenas terão reclassificado as formas de discriminação racial mais contemporâneas.




A forma de nos considerarmos "uns aos outros", será, apenas e naturalmente, uma questão cultural; mas, para as ainda muitas gerações vivas do século passado,  em primeiro lugar,
(ainda) há que vencer os constrangimentos biológicos intrínsecos aos quatro séculos da doutrina cromática da sociedade colonialista que não facilitam a eliminação definitiva do preconceito rácico, ficando-se pela tolerância - ainda longe do zero!

terça-feira, 16 de julho de 2019

O (en)Cantar do galo


Nas últimas dez semanas cruzámo-nos pr'aí meia centena de vezes - sempre muito respeitosamente; de tal forma que nunca mais fui capaz de pensar sequer em arroz de cabidela.
É claro que este tipo de "affaires" vai criando dependências e, dia de visita em que a demora do encontro era inabitual, eu já não me sentia bem. Entretanto, hoje, à saída (com boas expectativas no bolso), passando por ele saquei do smartphotofone e em jeito de despedida foquei-o enquanto silenciosamente gritava: "até à daqui a três meses, galaró!"
E, querem saber? Não é que o bicho, parecendo reconhecer-me, esticou o pescoço e em bicos de pata cantarolou - no seu tom mais melodioso - uma sinfonia de cinco ou seis notas galináceas que eu tomei como um afectuoso voto de felicidades.
... e de (muita) esperança! 

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Treze ou treuze, tanto faz!

Há treze anos eu mergulhava fundo abaixo quando Alguém me estendeu a mão, ajudando-me a emergir; depois, e melhor ainda, aprendi a sobreviver.
De então para cá acostumei-me a renascer - todos os dias
(segundo a fórmula de Bukowsky já renasci quatro mil setecentos e quarenta cinco vezes).
E por isso, todos os dias agradeço, numa surdina meio cobarde, a quem me faz levantar da cama e provar a mim mesmo que, apesar das maleitas, dos anos e dos seus infinitos danos teimosos, valerá a pena entrar por esse mundo adentro e apertar a mão a quem no-la estende, abraçar forte a quem nos abre os braços, e retribuir o amor a quem muito nos quer.
Só assim merece a pena, em paz - especialmente em paz interior!

quinta-feira, 30 de maio de 2019

(p)Resumindo


Decorridos apenas três dias sobre "A Banhada", já deu para perceber (até aos mais ingénuos...) qual será a proposta eleitoral que a Direita Ressabiada (e desmemoriada) apresentará em sua "honra" até ao dia das eleições legislativas. 

Quais Pilatos, o clamor das virgens ofendidas sobre a provável futura não independência dos Tribunais, começa a invadir os media e espaços opinativos a uma velocidade furiosa curiosa.

Para exasperação dos dito-cujos, espera-se que governo, partido, sócios e simpatizantes não alimentem polémicas. 

Até porque, meus amigos, se a presunção da inocência não condena, também não inocenta...


terça-feira, 16 de abril de 2019

Coulrofobia


Senta-se em frente do médico e diz que está deprimido; que a vida lhe parece cada vez mais dura e cruel. Conta que se sente só, num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.
Serenamente, o médico aconselha-o:
- O tratamento é simples; o grande circo está na cidade, assista ao espectáculo - especialmente ao número do palhaço, ele vai animá-lo!
Desfazendo-se em lágrimas. o homem responde:
- Mas, doutor... esse palhaço sou eu!


terça-feira, 26 de março de 2019

Meia dúzia já conta







Talvez não seja o melhor avô do mundo, mas quero continuar a ser o avô da melhor neta do mundo: 

a minha!

sábado, 23 de março de 2019

The misty side of Xutos & Kicks

A primeira vez que ouvi o recente (e excelente) "Mar de Outono" dos Xutos & Pontapés, senti alguma agitação nos meus modestos arquivos musicais e disse para a minha companhia de audição:
- Cheira a Floyd que tresanda!
Ligámos, ambos, as nossas memoráveis caixas de música e, unanimemente, chegámos ao "Us and Them" dos Pink Floyd - apesar de a quarenta e tal anos de distância. 
Sabemos todos que, presentemente, no universo digital, a música encontra facilitadores de criatividade  que, inadvertidamente, ou talvez não, acabam por gerar o risco de usar o alheio em proveito próprio.
Não quero acreditar que os Xutos tenham querido copiar ostensivamente os Floyd; o seu estatuto no panorama da música nacional obriga-os a isso. E livra-os de plagiadores!
Portanto, feito o considerando e aceite a influência "floydiana" da música, agradados ou não, perdoemos o que haja para perdoar ao Tim, Calú, Cabeleira & Cª.
O resto passa por os considerarmos os nossos Kicks Floyd ou Xutos Cor-de-Rosa.
Viv'à música!


sábado, 16 de março de 2019

Se calhar...

Peniche está no centro do país, equidistante de muitas das suas grandes zonas industriais - com razoáveis (facilmente tornados excelentes) vias/acessos mar e terra.
Já que, em oportunidades idas - por incúria, fraca ambição, forte concorrência concertada e falta de lobbiyng - não conseguimos O porto comercial que se justificava, se calhar, é tempo de tentar remediar o fatalismo histórico que assentou neste concelho geograficamente tão pequeno, mas enorme de potencialidades.
Se calhar, alguém, rapidamente e em força, deveria ir falar com a Governança - se calhar,  à ministra Ana Paula Vitorino - sobre a viabilidade de uma candidatura de Peniche ao Porto Seco, cujo conceito legal estará para ser publicado, conforme foi (aqui) tornado público.
Se calhar, chegou a hora de esquecer politiquices e unir esforços em torno de um projecto Peniche - este ou outro(s).
Se calhar, é tempo de, uma vez por todas, saber quem são os verdadeiros AMIGOS de PENICHE. 


segunda-feira, 11 de março de 2019

Um brinde à teoria da evasão


Hoje, especialmente hoje, dei comigo solto, de pensamentos e atitudes. 
Foi, por isso, um dia particularmente agradável e de felicidade partilhada.
Então, talvez seja o momento de aqui depositar uma teoria que venho desenvolvendo desde o dia em que alguém, muito simpaticamente, me disse:
- Ah, com essa idade já tem desconto no bilhete!
Eu sabia-o, claro! Mas, francamente, tem sido tudo tão aquém do estereótipo com que me padronizei, que só nos excessos é que soam os alarmes...
Daí que venha definindo a velhice como a capacidade de, ao longo da vida, aceitarmos as alterações dos níveis de satisfação alcançados pela relação quantidade-qualidade-esforço, desenvolvida a partir do momento em que nos retiram do peito materno.
Os "estados d'alma" e outros placebos do género, mais não são do que panaceias psicológicas disponibilizados pelos (pseudo)gurus da literatura da endrominante fast-food geriátrica.

(Para que conste, juro que escrevi tudo isto, muitas horas depois da garrafa ficar vazia)

quinta-feira, 7 de março de 2019

Fábula que me contaram em Peniche

Ezpertalhão, macaco chefe de bando há mais de vinte anos, sentindo a sua ego-liderança a perder força na aldeia, encheu a cabeça de “macaquinhos” e decidiu:
-Tenho de fazer algo grande; uma coisa que fique marcada na história da terra e na memória da macacada!
Resolveu então que, para tão ambicioso projecto, precisava de uma grande aliança, se possível com um animal maior que ele. Pensou, pensou e exclamou: 
- Claro! A mula Arbórea, porque não pensei nela antes?! 
Achada a companheira para a “coisa grande”, marcou encontro com a mula e propôs-lhe: 
- Ó Arbórea, e se tu te prostituísses com os três machos da aldeia e emprenhasses? 
- Dos três? - perguntou a mula. 
- Sim, claro; terias de os receber a todos no mesmo dia - desafiou o macaco, acrescentando: 
- Mas depois, terás de criar o bicho que nascer entretanto: alimentando-o por forma a que ele cresça forte e saudável para mo ofertares assim que ele fique pronto e capaz de me servir em trabalhos e macacadas. 
- E que ganho eu com isso? – quis saber Arbórea. 
Ezpertalhão (que tinha a resposta estudada) esclareceu: 
- O que ganhas?! Cumpres o teu papel maternal, parindo e criando um animal, filho de três machos ao mesmo tempo, que oferecerás aqui ao velho macaco-chefe! Queres melhor? 
O que mais entre ambos se falou não interessa. O importante é que, no dia, hora e local marcados, encontraram-se as partes da aventura: Ezpertalhão, Arbórea e os três machos da aldeia: Gonan, Cassan e Salan - representando o que de melhor havia em cada uma das três raças dominantes da aldeia. 
Ora, quando tudo parecia ir de encontro à “coisa grande” sonhada por Ezpertalhão, eis senão quando os três machos - putativos inseminadores do projecto – quiseram saber o resto da combinação da "coisa" (propositadamente escondida por Ezpertalhão e Arbórea): 
- E quem será o macho-pai e dono do animal que nascer? Quem pagará a sua criação? E para quem irá ele servir e trabalhar? 
Ninguém respondeu. E a “coisa” não funcionou. Apartaram-se e cada um dos actores foi para seu lado: o macaco, furioso por ter perdido a sua grande oportunidade à última hora; a mula, envergonhada por ainda não responder ao apelo maternal, e os três machos, recolhidos, mas convencidos da sua razão implícita. 
Conclusão e moral da história: contam as más línguas que, desde então, na aldeia, quando se fala em fazer “coisa grande” alguém sempre aconselha:
"Filho de mula e macho a ninguém serve não, nem por birra da família, nem a macaco espertalhão".


sábado, 2 de março de 2019

Carnaval qb

Procuro columbina "com tudo no sítio" 
para dançar o samba (pa ti).

[se for arlequim ou pierrot, escusa de chegar perto... 
que eu só quero mesmo produto original]





sábado, 23 de fevereiro de 2019

Venham mais

Amanheci com "O que faz falta" do Zeca Afonso, tocado numa estação de rádio em sua memória por hoje passar mais um ano sobre a sua morte.
E, claro, quando dedicamos atenção ao que ouvimos, entramos música adentro, mergulhamos naquele mar de acordes e poemas cheios de significância que nos envolvem prazerosamente e emocionam por uma mão cheia de razões pessoais que a ela nos ligam.
É isso mesmo que sinto quando ouço Zeca Afonso, a quem devo, indubitavelmente, 
nos finais dos anos sessenta, as minhas primeiras visitas ao mundo da oposição à ditadura salazarenta, depois continuadas pela convivência com as "outras mentalidades" dos penicheiros estudantes em Lisboa, pela frequência da Húmus e do CICARP.
É verdade que hoje, felizmente, a malta está avisada; porém a corja continua à janela, os (neo)fascistas voltam a conspirar...
Entretanto, o país continua a ir de carrinho: 
"Mas não se esqueçam do tacho    Que o papá vos garantiu     Ao fazer voto perpétuo       De ir prà puta que o pariu"


domingo, 10 de fevereiro de 2019

Reviralho histórico

Esta é a história do príncipe  Big Mjohnana, que deixou a África do Sul em 1650 e, supostamente, terá atravessado mares, enfrentado tempestades e monstros marinhos, culminando em 1651 com a chegada a um porto holandês, onde acabou por baptizar o velho continente com o nome de Europa, um ano antes do holandês Van Riebeeck ter, de facto, chegado à África do Sul depois de fazer a viagem em sentido contrário, dando então início à sua colonização.


Convém, entretanto, referir que tudo não passa de um anúncio realizado na África do Sul para o seu mercado de fast-food, onde se imagina um africano a colonizar a Europa no século XVII.
Campanha, entretanto, banida pelo regulador sul-africano alegando que "embora o anúncio inverta os papéis da colonização e apesar dos seus evidentes traços de humor, a verdade é que a violência da colonização africana - levada a cabo pelos europeus -  não poderia ser assim branqueada." 



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Quem vê caras...

Na vida nem tudo tem resposta, nem tudo é justo, nem tudo tem sentido, nem tudo é lógico, nem tudo tem explicação. 
Às vezes, depende de como a interpretemos; outras, de como outros nos querem levar a interpretá-la...  




quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

¿Admirável? mundo 1984 novo...

Revisitar Orwell (1984) e Huxley (Admirável Mundo Novo) nunca será tempo perdido. Nem que seja através de uma rapidinha destas, para estimular a nossa consciência crítica.
Mais a mais, numa época em que, apesar da globalização irreversível,  tanto uma como outra estratégias de controle social ainda discutem entre si o domínio da humanidade.
[apesar da actual (aparente) vantagem da tendência "huxleyana"]



sábado, 19 de janeiro de 2019

Uma ode especial



Na vida tudo muda   

            desde que haja vontade
                                                         do amargo até ao doce

da mentira à verdade.


Do prazer até à dor

              da tristeza à felicidade

                     na vida tudo muda

desde que haja vontade 



Mude-se o que se quiser
                                 
  que o mais belo que a vida tem
                                                                 é criança ser mulher
                                       
  é uma filha ser mãe
    

    


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Honestidade

Sessenta e cinco anos depois de Noel Rosa ter musicado o tema, a pergunta mantém-se:



Você tem palacete reluzente
Tem jóias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança nem parente
Só anda de automóvel na cidade
E o povo já pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e até felicidade
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente

domingo, 13 de janeiro de 2019

Velho não: reciclável

Apesar de não ser fácil, a "vida de reformado" - normalmente atingida entre os 60  e os 65 anos - não pode ter como única preocupação o passar dos dias e a sobrevivência: antecipando um "finalcountdown" triste, cinzento, isolacionista - de porta aberta a uma morte precoce. Há (muito) mais vida para além disso.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

À (re)volta de Sá Carneiro

"É pena que todos aqueles que se dizem democratas, na prática não respeitem o jogo democrático e as posições partidárias diferentes das próprias."
(Francisco Sá Carneiro)
Clikimagem