terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Regabofes públicos

Apesar de subscritor em primeira linha da indignação que merecem o nepotismo e peculato revelados pelo caso Raríssimas, acredito que o alvo maior desta reportagem Ana Leal/TVI terá objectivos políticos, claramente bem definidos, como deixa transparecer a insistência jornalística na colagem ao processo de um ministro, um secretário de Estado e uma deputada...
Avançando.
A ideia que, com estas evidências, vai germinando é a da impunidade por que passa todo o regabofe da gestão da coisa pública.
À medida que, por objectivos políticos ou não, esse regabofe se vai tornando visível, a indignação contra a classe política vai emocionando o país, principalmente aquele Portugal dos descendentes da República nascida em Outubro de 1910 e reforçada em Abril de 1974.
Porque, acabar com a farta vilanagem de reis, marqueses, condes e viscondes, e verificar que essa hegemonia passou para as famílias politicamente reunidas em torno de "aventais", "cruzes" ou artefactos de simbologia partidária, é angustiante.
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Curiosamente, chegado a este ponto final, reparo na minha televisão que a deputada Clara Marques Mendes comenta o eventual envolvimento (no caso) da deputada Sónia Fertuzinhos e seu marido, o ministro Vieira da Silva, bem como a tomada de posse da nova secretária de Estado da Saúde, Rosa Matos Zorrinho (esposa de Carlos Zorrinho - eurodeputado socialista).
 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Credo, abrenúncio.

https://media.giphy.com/media/3o6ZtpyeiCrEEwdZ84/source.gif"Como é possível que tanta gente de intelectualidade acima de qualquer suspeita, defenda nas televisões os seus clubes de futebol com facciosismos que chegam a roçar a má educação?" - comentávamos num jantar de três amigos (cada um de sua cor futebolística) a propósito da violenta carga - sem castigo - feita pelo jogador Filipe do FCP sobre Jonas do SLB no passado sábado.De repente, um padre que jantava na mesa ao lado, levantou-se e gritou:
- Vade retro, seus filhos da moirama! tendes a mania que sois mais santos que os paineleiros do futebol? Invejosos, é o que vós sois! Quem nunca se excedeu na paixão clubista que atire a primeira pedra!"
                            Problema: não havia pedras ali no restaurante. 

                                         Solução: levou com três chávenas de café na cabeça!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O(s) Risota(s)

Depois de dois anos de árduas lutas internas (contra Cavacos, Coelhos, Cristas, Teodoras & Cª., Lda) e externas (Eurogrupo, OCDE e FMI), Mário Centeno, depois de ter provado na prática as suas teorias sobre Finanças Públicas, viu   hoje premiada a sua persistência ao ser eleito presidente do Eurogrupo.
Simbolicamente, a UE confia assim ao ministro das Finanças português a responsabilidade de, há semelhança do que iniciou em Portugal, colocar o Ponto Final na austeridade - "a receita errada, parcial e incompleta".

Esperemos (com muita fé).
 

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Novidades, novidades... onde?

Já somos suficientemente crescidinhos para admitir a importância do poder económico nas "democracias" - numas mais que noutras, é certo!
Mas mesmo que esteja consensualizada a sua gestão por políticos profissionais, não me parece muito decente que
, na Assembleia da República, maiorias (ainda) do tempo da moeda/escudo feudal, propositadamente, baralhem riqueza com grandeza e, em jeito de epitáfio Bilderberguiano, confundam vassalagem com homenagem a um dos portugueses (4º) mais ricos do país (e daqui não avanço mais, pelo respeito que acho devido a quem falece).
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A despropósito, ou talvez não, aqui deixo ficar uma animação que, sem muito esforço, ilustra bem quem fica Feliz com a felicidade oferecida às maiorias consumidoras...





       

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

F*dsss que dá choque!

É por causa destas merdas que desconfiaremos sempre das excepções legislativas, da  bondade do Estado e, sempre, sempre, sempre, dos políticos.



sábado, 25 de novembro de 2017

Nem com uma flor

"Mito: Quanto mais me bates mais gosto de ti. Algumas mulheres gostam de apanhar: são masoquistas.
Facto: Acreditar que as mulheres vítimas de violência são masoquistas é ignorar que o problema é muito complexo para ser reduzido a tal conclusão. Entre as dinâmicas próprias do casal e as dificuldades sociais com que se debatem as mulheres vítimas quando decidem a ruptura conjugal, muitas razões para a sua permanência na relação podem ser encontradas, dependendo de caso para caso". (APAV)


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Não se nasce herói

"Naquele tempo" a maioria dos mancebos portugueses à volta dos vinte anos tinha duas hipóteses de viver os 3 (...) anos seguintes: ou ia à tropa ou não ia. Se fosse à tropa, tinha 99% de hipóteses de ir à guerra (colonial).
Uma das soluções foi recusar o registo no sistema militar e emigrar clandestinamente. A outra - como a dos objectores de consciência política que, discordantes de guerras, e, especialmente, da guerra colonial, também emigraram clandestinamente, antes mesmo de vestirem a farda.
Entretanto, o "sistema" criou malabarismos para abrir excepções à dura regra do serviço militar obrigatório para todos, passando-o para serviço militar obrigatório para todos os que não tinham arte, engenho e/ou cunha$. Surgiram então os alistamentos voluntários na marinha mercante, nos socorros a náufragos, na mocidade portuguesa, na legião portuguesa, na cruz vermelha, etc, etc,.
Depois houve os outros: os que não se safaram da tropa e que tinham (uns mais que outros, naturalmente) cagaço de ir à guerra colonial.
Desses, diz-se que, à volta de oito mil terão tido a coragem de desertar por “discordarem da guerra colonial” optando pelo exílio político no estrangeiro.
Os restantes oitocentos mil "cobardes metropolitanos" foram ao ultramar (ou colónias) defrontar o que mais temiam: a morte. Nove mil perderam imediatamente; catorze mil regressaram fisicamente mutilados, cento e quarenta mil ainda hoje não sabem muito bem porque choram...


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Música pra chover

Depois das infrutíferas danças e orações, segundo os especialistas, vem aí chuva; mas por dois dias apenas.         Vai faltar um...


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O milagre dos abrunhos



Cátia Isabel, mulher de Tony Dinis - o presidente do Sport Dragões e Jáfoste, tornou-se célebre pela sua imensa bondade. Ocupava o tempo a fazer bem a quantos a rodeavam, visitando e tratando tóxico-dependentes e distribuindo esmolas e carinhos pelos sem abrigo da freguesia de Cássefazem.Ora, contam as "codrilheiras" que Dinis, já irritado por ela andar sempre misturada com drogados e vagabundos, a proibiu de partilhar serviços e esmolas. Mas, certo dia, vendo-a sair furtivamente de casa, foi atrás dela e perguntou o que levava escondido por baixo do vestido.
Eram chocolates ferrero-rocher. Mas ela, aflita por ter desobedecido ao marido, exclamou:
- São abrunhos, Tony!
- Abrunhos, em Novembro?- duvidou ele.
De olhos baixos, Isabel abriu o regaço - e os chocolates tinham-se transformado em abrunhos, tão apetitosos como se fosse o mês de Agosto...!



segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Hip Hop, Hurrahhh

------------------------Refrão------------------------
Eu arrastei a tua querida pra fora da zona
Pra não sentir o teu cheiro na cama que eu me deito
Cabeça massacrada com tapona 
tu és o brother que vem roubar meia broca do meu parapeito 
enquanto familiares disseram caga nisso
Fui resgatar o meu puto lá do cativeiro
A oposição vai dizer que o meu cabelo é postiço
O tio Marcelo assina embaixo para eu ser eleito 

Já vi pessoas que diziam que jamais me roubariam
Quando eu fui ler o meu texto faltava uma alínea
Já vi meio quilo de galinhas marroquinas 
Onde a bófia procurou e só viu porcos da Índia
Sufocado pelo próprio cordão
Criado no meu lindo Zambujeiro
Fui pro meu bairro e dizem desde então 
Que ninguém sabe do meu paradeiro 

Deus olhou pra mim e disse sem papas na língua
Que a minha rima era rara
Eu nunca fui bandido mas se ouvia gritar "Ala, que é cardoso!" 
Madafuckas chamavam-me Tacuara 
Não passas de um lamechas só lamentas
Tu só choras não enfrentas
Porque se tentas a tua bilha não sara 
Eu tou-te aqui a ver brincar aos homens
Tens a cara dum caralho
Devias ter uma berguilha na cara.

------------------------Refrão------------------------

sábado, 11 de novembro de 2017

Mãos (largas) de coisa nenhuma.

(Dinheiro Vivo) - Como motiva os funcionários que chegam à Padaria Portuguesa a ganhar 580 euros?
(Nuno Carvalho) - "Também temos uma série de regalias. Fazemos investimento a sério nas pessoas: uma vez por ano juntamos todos os trabalhadores num arraial de verão e fechamos as lojas mais cedo. Mensalmente, reunimos com as equipas de gestão de loja, de forma absolutamente informal, fazemos um piquenique no jardim da Estrela, onde ouvimos inputs sobre o negócio, até mesmo sobre políticas salariais. Cada vez que nasce um bebé, oferecemos um creme e um babygrow e escrevo um postal de aniversário personalizado a cada um dos trabalhadores."


São estes tesourinhos patronais que, cada vez mais, me levam a questionar a bondade de certos (muitos, diga-se) empresários portugueses quando afirmam "não ser preciso o Estado impor o salário mínimo nacional".
Pois... mas depois não superam a essa bitola.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Uma mulher das Arábias


Sophia
é o primeiro robot a receber cidadania na história. E a Arábia Saudita é o primeiro país com um cidadão robótico.
Apesar dos olhos vazios, da beleza plástica e da “lavagem cerebral”, o (tristemente) curioso é que esta mulher/humanóide parece vir a ter mais direitos que os milhões de mulheres/humanas na sociedade ultra-conservadora do reino saudita. 
Talvez por isso, Sophia agradeceu e disse sentir-se muito “orgulhosa e honrada desta tão única distinção”.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Estado de sítio

"Somos um Estado falhado porque não somos capazes de defender a vida dos cidadãos" (Miguel Sousa Tavares - SIC)
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Mais de uma centena de mortos depois e mais outros tantos feridos, mais de trezentos e cinquenta mil hectares de floresta ardida depois e milhões de euros de prejuízos, mais de 80% do histórico pinhal de Leiria queimado depois, Portugal falhou.
Dizem que foi terrorismo? Foi.
Foi, porque, no problema INCÊNDIOS FLORESTAIS, os negócios suspeitos proliferam há décadas - impunemente; foi, porque o desleixo individual e colectivo faz parte da nossa cultura de secundarização do "prevenir"; foi, porque o amiguismo e o carreirismo partidário vêm-se sobrepondo à meritocracia na ocupação dos lugares da administração central; foi, porque o sistema que nos rege está contaminado por ramificações do poder económico que impedem a elaboração e execução de políticas fundamentadas no conhecimento e, ao mesmo tempo, avaliadas e responsabilizadas; foi, finalmente, porque somos um povo politicamente cobarde, que teima em subscrever teorias, não pelo que delas percebemos, mas só porque outros as defendem, e, quando as coisas correm mal, achamos que uma velinha à senhora de Fátima ou um telefonema para o 760-não-sei-quantos vai resolver a tudo (especialmente algum do complexo de culpa que nos rói a alma).
A chuva está aí para ajudar a "resolver" o imediato.
Esperemos que também não sirva para que se voltem a lavar as mãos cheias das irresponsabilidades que fizeram o Estado falhar tão dramaticamente.

(Foto de Adriano Miranda /in:Público)
  

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Said sotrot

 


Há dias assim...

                     o sol nasce a poente
             os rios fogem do mar
                o louco cala o que sente
            o poeta goza ao pintar.



 Há dias assim... tortos


            (said sotrot) em que tudo gira ao contrário, dolorosamente.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Votar Peniche

Se há seis meses arrisquei a oportunidade de antecipar os parabéns de vitória a dois elementos da candidatura autárquica que então, na minha opinião, perante as ofertas alinhavadas, deveria saír vencedora nas eleições do dia 1 de Outubro, hoje, já bem conhecidos todos os candidatos e quase concluída a campanha eleitoral que as seis candidaturas concorrentes entenderam fazer, quase que me atrevo a repetir essa parabenização.
E só não o faço porque, quer o aparecimento da candidatura independente   Movimento Independente de Cidadãos Por Peniche, quer a semi-independente (porque declaradamente apoiada pelo Bloco de Esquerda) Grupo de Cidadãos Eleitores Por Peniche poderão, aliás, deverão, desejavelmente, trazer às urnas, pelo menos, os 20% de eleitores que em 2013 entenderam não votar e "punir o sistema autárquico" com a elevação da abstenção até aos 67% (que, em 2005 e 2009, rondou os 47%).
Esta será, a meu ver, a grande incógnita do (salutar) aparecimento das duas candidaturas fora do arco do Poder: saber se as suas proclamadas independências serão assim tão credíveis aos olhos de quem costuma deixar a outros decisões que, no quadriénio seguinte, hipocritamente, criticará todos os dias.  
De resto, e apesar do que quase todos quiseram fazer crer, nada há de novo para Peniche. Se pelo lado dos partidos tradicionais o "copy-paste" ardilosamente redesenhado do que oferecem ao nosso concelho pouco diverge de propostas anteriores, pelas candidaturas "out-siders" ou é apresentado um programa de resumidas intenções, num caso; ou, no outro, um arrolamento de promessas quase individualizadas como se do mapa de trabalhos com 16 anos se tratasse - lembrando as promessas cumpridas, mas esquecendo as por cumprir.
Porém, não se julgue que tudo vai ficar na mesma. Não vai.
Aliás, já não está: nunca em Peniche esteve tanta gente envolvida na discussão política. E nova gente, principalmente gente nova.
Esta já é uma grande vitória que devemos agradecer, especialmente, às novas gerações de políticos, independentes ou não, ao perceberem que discutir, programar e decidir sobre Peniche é para todos os penicheiros, não a pseudo-iluminados de partidos ou movimentos.
Daqui a pouco mais de cento e vinte horas o concelho de Peniche terá eleita uma nova administração autárquica, garantidamente minoritária, a exigir de todos - vencedores e vencidos - o abraçar maioritário de soluções importantes para o futuro dos penicheiros.
Aguardemos, pois, que a universalidade da utilização da palavra PENICHE por todas as candidaturas não tenha sido à toa.  
    

domingo, 24 de setembro de 2017

O seu a seu dono

Juro que não é por, quase todos os dias, ter de limpar a merda de cão que poisa à minha porta; juro que não foi por já ter sido atacado, mais do que uma vez, por cães vadios (e não só) aquando das minhas caminhadas diárias; juro que não foi por ver confirmada em 2017 a fraude pré-eleitoralista da Câmara Municipal de Peniche e "sus muchachos" com a criação da praia de caninos no Porto d'Areia Norte; juro ainda que não foi por, há três semanas, a minha neta (de 4 anos) ter ficado a centímetros de se sentar em cima de uma bosta canídea em pleno relvado do parque urbano da cidade (ou Parque dos Pocinhos, como prefiro chamar-lhe). Tampouco a criação de um parque canino no mesmo parque, conforme projecto do Orçamento Participativo premiado a semana passada pela Câmara Municipal será causa principal deste meu desabafo.
O que me obriga a aqui deixar uma nota menos confortável, passa pelo comportamento pouco cívico, diariamente visível, de muitos dos donos dos cães desta cidade, quando os deixam à solta nas ruas ou nas praias, ou quando os levam a "passear" (leia-se: a fazer as necessidades fisiológicas ao ar livre) sem se preocuparem com a sua posterior limpeza (obrigatória)...
E as entidades a quem compete zelar pelo respeito das regras da salutar convivência entre homem e animais, que fazem?

Criam condições para cuidar da sanidade e controle de animais vadios? Vigiam e ou acautelam a higiene e segurança dos locais públicos?
Promovem a informação/educação das pessoas donas de animais? Punem os infractores?
Nada. Zero. Apenas encenações protocolares para youtube e notícias de TV.
Então?! O que será necessário fazer-se em Peniche para educar certas pessoas a respeitar os outros, seus concidadãos, como se dos seus cães se tratassem?


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Abre o olho, abre o olho!

Poder-se-á ignorar, fazer de conta, esquecer até; porém, acreditar na realização de algumas propostas (claramente eleitoralistas) que nos são oferecidas em programas, cadernos de encargos ou mapa de trabalhos, tipo "pronto a vestir", será o mesmo que aceitarmos um atestado de demência política.    
Mais a mais quando, por cá, todos sabemos que o passado recente dos principais candidatos a "senhor presidente da câmara" foi interventivo nos destinos autárquicos; alguns deles, diria até, principais cúmplices do marasmo sócio-cultural de Peniche.
 
Dito isto, creiam-me, pode demorar algum tempo, podemos dar benefícios e benefícios de dúvida, mas, mais tarde ou mais cedo, todos nós chegamos à mesma conclusão: em política não há inocências.
Por isso, e tal como apregoam os feirantes, o melhor é "abrir o olho" e utilizar mais o que resta do nosso intelecto no momento da(s) escolha(s).
     

domingo, 10 de setembro de 2017

Xerifes sem estrela


Se há coisa que não faltou ao actual elenco autárquico, foi legislar sobre trânsito, caravanismo, venda ambulante e regulação da utilização das arribas.
Por isso, o desrespeito e a sem vergonhice que muito se registam pela cidade e resto do concelho nestes capítulos serão, maioritariamente, problemas de vigilância e autoridade das instituições a quem compete fazer cumprir a lei, fazendo da "dura lex" uma "sed lex".
Ora, se a legislação produzida mereceu a exigida cobertura política dos orgãos autárquicos (partidários), não parece muito a propósito andar-se por aí em campanha eleitoral a prometer fazer o que está feito.
É que, resolvido o problema da autoridade (sem autoritarismos) parece-me que as queixas dos penicheiros nestes particulares seriam muito, mas muito menores.
Mas vamos a votos para eleger novos orgãos autárquicos, de onde sobressairá um presidente de Câmara, não um xerife (espero...).

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Penicheiradas(...)

Confesso que, depois de aqui ter lançado esta inquietação há pouco mais de dois anos, pensei voltar ao tema do santuário de Nª Sª dos Remédios, apenas com as possíveis boas notícias.
Errado! A degradação do monumento continua, especialmente a do seu belíssimo interior, sem que, nem os benefícios de última hora em épocas eleitorais, ali tenham chegado.
Como se tamanha desolação não bastasse, eis que os seus voluntariosos cuidadores deram, recentemente, forma a uma opção decorativa do altar-mor da capela, em minha opinião, completamente "fora de contexto" - para não chamar outra coisa ao terem-no  decorado com uma foto da península de Peniche, conforme documentado.
Por respeito à dedicação de quem bem procura cuidar da decoração da capela, custa-me muito deixar esta opinião. Mas que é uma penicheirada... lá isso é!

domingo, 3 de setembro de 2017

Ser cabrão

Depois de umas "férias" mais ou menos forçadas (por avaria do computador e sobrecarga do meu "disco rígido") achei que hoje era o dia de aqui voltar. Sem imposição alguma de calendário, de assunto ou encomenda; apenas porque me apetece(rá). 
                                        E hoje, é assim que me apetece... provocar!

terça-feira, 25 de julho de 2017

Nova etapa - a 3ª

 
Pouco a pouco,
Sem que qualquer coisa me falte,
Sem que qualquer coisa me sobre,
Sem que qualquer coisa esteja exactamente na mesma posição,
Vou andando parado,
Vou vivendo morrendo,
Vou sendo eu através de uma quantidade de gente sem ser.
Vou sendo tudo menos eu.


Álvaro de Campos

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Frescuras de Julho

Na Galeria Nacional de Arte em Dublin, um casal estava observando um quadro que lhes era completamente confuso.

A pintura retratava três homens negros totalmente nus, sentados num banco. Duas das figuras tinham o pénis preto, mas o do meio tinha-o rosa.
O responsável da galeria percebendo que eles estavam a ter problemas para interpretar a pintura, ofereceu-se para ajudar com a sua experiência.
Durante mais de meia hora, descreveu a masculinização sexual de afro-americanos numa sociedade patriarcal predominantemente branca.
"Na verdade" -  ressaltou ele - "alguns críticos sérios acreditam que o pénis rosa também reflecte a opressão cultural e sociológica experimentada por homens homossexuais na sociedade contemporânea ".

Após o responsável se afastar, um irlandês aproximou-se do casal e disse:
"Gostariam de saber o que o quadro realmente representa?"

"Essa agora, porque é que você tem a pretensão de ser mais entendido do que o responsável da galeria?" - perguntou o casal.
"Porque eu sou o artista que pintou o quadro" - respondeu ele -  "Na verdade, não há afro-americanos representados na pintura.Eles são apenas três mineiros de carvão irlandeses.
O tipo do meio foi almoçar a casa!"

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Um mês de merda

Hoje acaba o mês de Junho -  ano II da era política mais à esquerda do século XXI em Portugal.

O mês em que – finalmente, dirão uns – a Geringonça tremeu(…)
O mês em que nem a melhor teoria da conspiração conseguiria alinhar factos e acontecimentos tão perniciosos à actual coligação governativa: o incêndio/calamidade de Pedrogão Grande e as mais que vistas mixordices à volta do SIRESP, da GNR, da Protecção Civil, dos ministérios, ministros e governo, as (in)explicáveis crises de síndrome de idiota reveladas por Passos Coelho, o roubo de granadas em Tancos, o afastamento da selecção nacional de futebol da final da taça das confederações, etc.
E até tu, Salvador Sobral, o actual (pelo menos até anteontem) menino bonito do país, em vez de encerrares um dos espectáculos de solidariedade Nacional mais extraordinários de sempre, pela forma mais representativa da união de um povo por uma causa como é o hino nacional, preferiste, com o “teu peido”, provar que o teu amar pelos dois, três, quatro ou mais é apenas poesia. Não é do coração, é intestinal.

Junho de 2017, um mês de merda, portanto!

terça-feira, 20 de junho de 2017

À (ou há) saúde


Aos poucos vou aprendendo que julgar os outros é o menos importante.

Da importância de sermos livres nas escolhas e no culto da paz interior.

De como é bom ouvir uma palavra de carinho. 

E receber um gesto de amor para aquecer o coração?

Hoje, onze anos passados, apetecem-me duas coisas:

Continuar a (tentar) ser criança
e sonhar.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Porque tenho vergonha

Por muito que queira, não consigo abster-me de comentar o fatídico incêndio de anteontem em Pedrogão Grande, que culminou com a tragédia humana a que ninguém ficou insensível.
Não o faço por discordar das (legítimas) opiniões dos peritos de protecção civil, engenharia florestal, comunicações, administração interna, política de ordenamento, etc., em que, de repente, milhares de portugueses - muitos deles também, habitualmente, experts em economia, finanças, futebol e religião - se tornaram.
Quanto a mim o diagnóstico sobre esta problemática dos incêndios florestais está mais que feito - todos os actores envolvidos sabem bem os "porquês" e as "por consequências" desta actividade económica sem código (CAE).
Se quisermos ser sérios, até nós próprios, inconscientemente ou não, por vezes, contribuímos (em escala aparentemente desprezável) para esse flagelo com comportamentos inadequados, infringindo avisos, leis e editais.
E então?
Então? a verdade é que, em Portugal, principalmente no Verão, desde há não sei quantas décadas, o incêndio florestal faz parte. É quase como que um desígnio nacional; um fatalismo que, anualmente, nos custa milhares de hectares de área florestal, milhões de €uros em subsídios de reinstalação e gastos com pessoal e equipamentos e, infelizmente, a vida de algumas pessoas. 
E é aqui que Pedrogão Grande mexe com todos nós; em pouquíssimas horas sessenta e dois mortos (até ver) e cento e quarenta feridos é um preço demasiado alto, vergonhosamente inaceitável para um país moderno e civilizado.
É esta irracionalidade que está a dar cabo de nós. É esta vergonha colectiva, que todos nós queremos limpar da consciência. Por isso as opiniões, os donativos, as petições, os likes, os comentários, a nomeação arbitrária de culpados, a bandeira a meia haste, enfim... tudo serve para a catarse de um povo que teima em aceitar destes fados como Destino.

sábado, 10 de junho de 2017

E agora? nem reciclagem.

Não sendo adepto do FCPorto, e, muito menos, da sua versão FCPintodaCosta, sou dos que sentiram uma alegria imensa pela troca do treinador da sua equipa de futebol: saindo Nuno Espírito Santo (NES), entrando Sérgio Conceição.
Conhecendo-se a personalidade de NES, adivinhava-se que o seu regresso (agora como treinador) ao "ninho de cobras" por onde cresceu (apenas e só) futebolisticamente seria curto, ou muitíssimo curto - conforme os resultados desportivos da sua equipa.
O destino é-lhe implacável e a canalha organizada em qualquer uma das muitas suas versões super(...) não lhe perdoa os modestíssimos resultados obtidos, agravados pelo tom afável com que sempre explica as derrotas - abordando, esporadicamente, os erros das arbitragens.
Mas o pior, o pior mesmo foi a postura educada e serena com que, quase sempre, honrou o seu discurso público.
- "O quê? um treinador do FCP sem O grito do dragão (leia-se linguagem ordinária e provocatória), sem o cinismo nem a pirraça da cartilha Jorge Nuno, nem as constantes insinuações e ofensas a outros clubes (particularmente, Sporting e o histórico inimigo SLBenfica)? Um militante da pacificação do futebol português de dragão ao peito? Nem pensar!"
Feita "a cama" e as contas - que NES parece ter facilitado bastante (senão engrossaria a lista de credores a médio longo prazo do FCP, ao lado dos seus antecessores mais recentes) - encontrada nos saldos a solução para a próxima época, foi a vez da SAD portista se aproveitar de Nuno para justificar a sua incompetência gestora  e consequente falhanço (buraco?) financeiro  perante as entidades a quem deve contas para além das desportivas.
O porta voz escolhido não poderia ser melhor: Fernando Gomes - um boy do norte (carago!) que sempre terá primado por trabalhar sem grandes interesses remuneratórios em prol de causas públicas - enquanto presidente da câmara do Porto, administrador das Águas Douro Paiva, ministro, administrador da Galp e agora (provavelmente) como administrador da SAD portista. Um exemplo de auto-sacrifício, portanto!
_______
Eu tinha-te avisado, Nuno!



quinta-feira, 1 de junho de 2017

A coragem de os ter no sítio



Há uma vintena de anos, um adolescente meu amigo, perguntado sobre o que queria "ser quando fosse grande" gracejou:
- Um bandido. Mas dos bons!
Na altura tentei demovê-lo de tamanha idiotice - e hoje o seu comportamento é prova (feliz) de que o terei convencido.
Vem esta memória a propósito das 13 medidas, recentemente preconizadas pelo super-juíz Carlos Alexandre, para maior eficácia no combate à corrupção, recorrendo, na sua maioria, a opiniões veiculadas em 2002 pelo deputado Almeida Santos (co-autor do sistema judicial português).
Ao recordar que, para além da excelência jurídica do deputado, presidente do PS e conselheiro de Estado, Almeida Santos foi também "só" presidente da Assembleia da República, pergunto-me:
- Quando é que a coragem individual de uns quantos forçará a coragem colectiva (diga-se política e, principalmente, partidária) a enfrentar eficazmente os graves problemas que, de facto, infectam a sociedade portuguesa?
Enquanto isso, sempre que apareçam casos que configurem crime: corrupção, branqueamento, apropriação indevida, abuso de confiança, evasão fiscal e outros que enxameiam a telenovelesca justiça portuguesa, nós, com aquele habitual feitiozinho "calimero", bufaremos para o lado:
"- É a bandidagem do costume; este é dos bons, há-de safar-se..."




sábado, 27 de maio de 2017

Data querida





Se presenciar a vida dos nossos é do melhor que a nossa vida tem, participar nos seus momentos mais marcantes dá-nos, sem dúvida, o ânimo bastante para superar o menos bom que, pouco a pouco, vamos sentindo chegar. 
Inevitavelmente, mas sem mágoa de ir cumprindo o ciclo.

Obrigado por isso!



segunda-feira, 22 de maio de 2017

Devagarinho se vai

Como nem sempre devemos ficar pelo primeiro gosto do que nos é servido, aqui fica, sem heresias - muito menos sacrilégio - um momento para percebermos como, às vezes, é ténue a linha que separa o "profano" do "sagrado". Ou não; manda o interesse.
De qualquer forma, quer se goste ou não goste, é verdade (por vezes cruel) que nem sempre damos conta do fraquejar das nossas resistências, ainda que despacito devagarinho... 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Feriado da Geringonça

DEFINITIVAMENTE, o dia 13 de Maio de 2017 ficará marcado para sempre nesta "nação valente e imortal" face aos 3 GRANDES ACONTECIMENTOS que, miraculosamente ou não, coincidiram para a elevação da nossa auto-estima enquanto estirpe comprovadamente capaz de ombrear com qualquer raça de qualquer hemisfério terreno.
Ora bem: confirmado que está o regresso do papa Francisco, incólume, ao Vaticano; pagos que estão os respectivos prémios de campeões e entregues as condecorações desportivas à equipa de futebol do SLBenfica e, claro, após a exultante vitória dos manos Sobral no festival da Eurovisão que, depois do picaresco aplauso de hoje na Assembleia da República, deverão, em breve, ir à casinha das medalhas do presidente Marcelo receber a justa condecoração pelo feito, dizia eu que, depois desta tamanha efusão nacional, nada mais restará ao Estado português, sem o mínimo risco de ferir quaisquer susceptibilidades, senão decretar o 13 de Maio como Feriado Nacional, porque, unanimemente, se tornou o dia mais feliz da maioria lusitana - aquém e além mar - e que, porque toda a gente se sentiu honrada por um qualquer dos feitos conseguidos, encherá os corações: tanto civis como religiosos.
Como corolário da ideia, e por forma a não prejudicar quem quer que seja, proponho que se elimine o feriado de 15 de Agosto (mês em que metade do país está de férias...) por troca, exactamente do 13 de Maio - Dia dos Milagres.
Bora lá, geringonça!

segunda-feira, 15 de maio de 2017

E quem não salta é...

Uma oferta dos "que não são do Sporting" aos seus ilustres presidente e treinador por tanto terem contribuído para a paródia desta época futebolística.

  
 Bem hajam e... continuem!!! 

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Por Peniche, para Peniche, ou sei lá que mais

A crer nas movimentações partidárias e “populares”, a verdade é que nunca houve tanto candidato a presidente da Câmara Municipal de Peniche.
Esta abundância quantitativa - que, numa primeira análise, poderia potenciar a qualidade das alternativas – indicia que, pelos actores pré-anunciados, teremos mais quatro anos geridos dentro da lógica tripartidária a que tem obedecido a gestão da autarquia desde a institucionalização do poder autárquico em Portugal.
E é pena, porque, depois de bem expurgadas, nenhuma das sete pré-candidaturas anunciadas parece ser alternativa convincente à mudança do paradigma eleitoral autárquico deste concelho : 57% de abstenção – ou seja: dos 25.000 eleitores inscritos, 15.000 não votaram em 2013.
Só trazendo às urnas esta massa enorme de insatisfeitos com o sistema (ou satisfeitos com o imobilismo) se poderá mudar alguma coisa, de facto,  nesta terra.

Quem o conseguir será vencedor – tenha o feitio que tiver, vista o que vestir!   

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Ménages à trois

Dedicado às três candidaturas partidárias à Câmara Municipal de Peniche, arquitectadas (ou montadas) em modo politicamente correcto, agradáveis à vista, ao "sentimento", quiçá às emoções. E, talvez por isso, as mais consistentes e esperançosas (I'm sorry...)
Resta saber da sua funcionalidade futura...




    "C'est la vie" say the old folks:
                                    It goes to show you never can tell"