Querido 2016, está chegada a hora do adeus. E, que raio, dizer adeus custa. Custa muito - especialmente de quem nos deu mais alegrias que tristezas, mais saber que ignorância, mais amor que ódio e, fundamentalmente, a possibilidade de compartilhar a vida por mais 365 dias com os melhores amigos do mundo. A inexorável marcha do tempo não perdoa; daqui a pouco vais ter de nos deixar para que o teu sucessor se apresente ao mundo carregadinho de esperanças, de boas intenções e de muitos daqueles votos delico-doces próprios da “estação”. Bora lá, então! E que o teu descendente 2017 nos traga saúde. Do resto a gente trata…
"Mar nosso que estais na Terra, Santificadas sejam as nossas ondas, Venha a nós a vossa praia, seja feito o nosso swell, Assim no verão como no inverno, O surf nosso de cada dia nos dai hoje, Perdoai as nossas vacas, Assim como nós perdoamos quem nos rabeia, Não nos deixais cair nos corais, E livrai-nos do crowd"
Há dois dias atrás (um dia após ter assinado a Petição Peniche em Defesa da sua Fortaleza) escrevi por aí;
"Parece-me que os fumos do guano tendem a inquinar a discussão e a levá-la para a desunião quando o assunto carece que os penicheiros falem a uma só voz, e grossa!
Desconvença-se, quem julga fazer desta temática um trampolim para saltos políticos, de que os protagonismos encenados (quer à direita, quer à esquerda) podem contribuir para em pouco tempo mostrar algo diferente do que deveria ter sido provado nos últimos três anos ou mais".
Hoje repetiria o comentário retirando apenas o "Parece-me". Hoje, infelizmente, este processo, que EXIGIA a unidade partidária penichense, está ferido de morte.
À preocupação sobre o efeito negativo da Petição Pública em curso (cujas actuais 700 assinaturas nos ENVERGONHAM a todos) no desenvolvimento futuro do processo com o Governo, deveria ser acrescentada a telenovelesca participação de gente responsável dos partidos com assento autárquico; uns porque se dizem e desdizem conforme o papel desempenhado, outros porque querem o púlpito a todo o custo, outros ainda porque não querem (nem podem, na sua perspectiva) perder o protagonismo.
Apesar de tudo, acredito que a esperada actuação autárquica junto do Poder conseguirá, no mínimo, fazer este processo regressar à viabilização da restauração da Fortaleza e à sua reutilização ao serviço da História - permitindo que o Passado e o Futuro convivam harmoniosamente, contribuindo assim para a elevação sócio-cultural de todos nós. Se assim não acontecer, todos perderão: os que, simplesmente, acham razoável ver o património da sua terra ao serviço (também) das suas gentes, os que se encavalitaram no processo que redundou em fracasso político-partidário e, até, os merdosos críticos egocêntricos das nossas redes sociais porque, muito intimamente, sentirão o remorso de não terem tido coragem de (uma vez na vida) participarem cívica e construtivamente numa causa em prol da sua terra.
O futuro da geringonça "passou" por Peniche e esta desistência de privatizar o Forte de Peniche cheira mesmo a contrapartida política do PS para calar, fundamentalmente, uma certa "esquerda bafienta" que ainda não percebeu (ou não quer perceber) que a História não é só deles.
A Fortaleza teve um Passado que exige respeito e memorável, mas de que Peniche não pode ficar refém.
Lamento (e porque seu apoiante, profundamente) que a nobre arte de bem geringonçar demonstrada pelo actual governo afecte, em nome "da memória de luta pela democracia" (que nunca foi posta em causa neste processo), ou venha a adiar o Futuro da minha terra e, pior que isso, o futuro dos seus filhos, uma e outros sempre dependentes do mar e das suas marés - políticas e outras.
O meu menino é d'oiro É d'oiro fino Não façam caso que é pequenino O meu menino é d'oiro D'oiro fagueiro Hei de levá-lo no meu veleiro.
Venham aves do céu Pousar de mansinho Por sobre os ombros do meu menino Do meu menino, do meu menino Venha comigo venham Que eu não vou só Levo o menino no meu trenó.
Quantos sonhos ligeiros Pra teu sossego Menino avaro não tenhas medo Onde fores no teu sonho Quero ir contigo Menino de oiro sou teu amigo
Venham altas montanhas Ventos do mar Que o meu menino Nasceu pra amar Venha comigo venham Que eu não vou só Levo o menino no meu trenó.
O meu menino é d'oiro É d'oiro é de oiro fino ....
Confesso que ler Maria Filomena Mónica é sempre um desafio.
Porque, se uma coisa é ler as suas crónicas jornalísticas - objectivas mas algo limitadas porque necessariamente condensadas - a mesma disponibilidade não chega para uma qualquer sua leitura de fundo.
Experimentei-a em Bilhete de Identidade e não me apaixonei pela sua escrita. Mas não posso negar que me conquistou pela liberdade que põe em cada palavra que diz, em cada pensamento que revela, em cada postura que confidencia; ou seja pela liberdade de ser, de estar e de viver.
Daí que, apesar de não partilhar muito do seu ideário, gosto do seu contraditório, do seu agitar constante o politicamente correcto. Por isso, enquanto não ganho coragem para enfrentá-la em escritos superiores a duas ou três páginas, vou experimentando as suas deliciosas entrevistas como esta recente ao Sapo24 que me fez recordar uma outra (mais antiga) ao Diário de Notícias.
Porque, apesar de "arrogante num certo sentido, com pessoas que são incultas e têm possibilidade de ser cultas, que defendem opiniões estúpidas"ler Maria Filomena Mónica é uma lufada de ventania de uma portuguesa "com cabeça livre e uma língua bastante activa".
Porque estamos em plena época de caça aos impostos - faltando pouco mais de um mês para o "edital" por que se regerá o reino em 2017- as plataformas electrónicas opinativas enchem-se de reclamações, de críticas e de propostas pouco ou nada substantivas (até porque os governantes tendem ignorar opiniões públicas que não façam parar uma(s) cidade(s), quiçá um país...).
Portanto, este será o momento mais apropriado para reflectirmos sobre uma opção (básica) do governo geringonceiro:
- Trocar impostos sobre o rendimento do trabalho por impostos sobre o consumo de bens não essenciais e sobre o imobiliário.
Será assim tão difícil de compreender, ou no aceitar é que estará o problema? Quanto a património e rendimentos somos (todos) uma cambada de hipócritas, é certo, mas pelas dores antecipadas que por aí andam, às vezes parece que somos um país de grandes proprietários, com população maioritariamente da classe média/alta.
Apesar das contra-manobras de última hora, apoiadas pelos habituais portugueses manhosos a que se juntaram, nada mais nada menos, que Ângela Merkel e Claude Juncker, António Guterres foi eleito por aclamação secretário geral da ONU. Esperemos que este resultado, que honra o candidato e os seus promotores, sirva de lição aos lideres da contrafacção política europeia e que estes tenham aprendido que os truques sabujos com que tentam dominar a União Europeia nem sempre resultam...
"Aleluia, aleluia! Esperemos agora que o respeito devido à História
não seja exacerbado a ponto de criar obstáculos. nomeadamente políticos,
a uma das realizações mais importantes para Peniche, que podem
transformar uma visita/estadia em (muito) mais qualquer coisa que a
célebre "volta dos tristes."
Tal como ontem adivinhava neste meu comentário facebookiano sobre estaaposta do governo em transformar a Fortaleza de Peniche em "activo económico", aí estãoaquilo que poderão ser as "más notícias". Não por virem (naturalmente) de quem vêm, mas por aparentarem condenáveis sentimentos de posse:
- a História de Portugal (onde, justamente, se enquadra tudo quanto se
passou na Prisão/Fortaleza de Peniche) não pertence a ninguém em
particular - é nossa, dos Portugueses; - a Fortaleza de Peniche não
é propriedade do PCP, nem do seu "fiel" depositário autárquico
penicheiro, e muito menos dos seus tentaculares institutos. É património nacional, dos Portugueses.
Sem necessidade de referendar os Penicheiros sobre a importância do que
está em jogo, será importante que não se criem cenários perigosos à
intenção do Estado em concessionar a exploração da nossa Fortaleza, sob
pena de a vermos ruir ano após ano, até ao dia em que apenas reste de pé
uma única ala: a dos que lutaram pela LIBERDADE de todos os
portugueses, não apenas a de alguns...
Nos meus tempos de "adolescente inconsciente", era comum ouvir-se dizer que a virgindade feminina era um atributo quase indispensável para o casamento, sendo correntes as expressões "ter os três vinténs" ou "não ter os três vinténs" consoante o estado da menina, ou, pior ainda, se a virgindade lhe era oferecida, o felizardo cantaria "já lhe tirei os três vinténs"! Até hoje, confesso, nunca percebi qual era a origem dessas expressões. Porém, um destes dias, o mundo blogueiro surpreendeu-me com a explicação que aqui deixo
É claro que estas expressões, à luz da igualdade dos sexos, eram altamente pejorativas, revelando os resquícios da mulher-objecto fruto da cultura então prevalecente na sociedade portuguesa com o alto patrocínio do Estado e da Igreja dessa época. Hoje, felizmente, vivem-se outros tempos, em que as mulheres alcançaram um elevado grau de emancipação e gerem a sua virgindade como muito bem lhes apraz. Por isso, será natural que, agora, os três vinténs tenham apenas interesse numismático, deixando a utilização da expressão para além disso ao léxico dos idiotas (sem três dedos de testa...).
- Porque será que, por esta madrugada afora, depois de ter assistido (na SIC) à entrevista do meretíssimo Carlos Alexandre, sonhei com uma série que nos "colou" à televisão... pr'aí há uns 25 anos?
A coreógrafa Pina Bausch disse um dia que a “dança era antes da palavra e como tal a palavra não poderia reproduzir seu trabalho”.
Conceito respeitável, mas de difícil concordância, especialmente para quem , como eu, prefere a palavra como ferramenta de expressão.
Assim ficaríamos se não surgisse o excelente vídeo que hoje publico; onde, de forma irrepreensível (de dicção e gestos), nos é mostrado o resultado de uma coreografia montada sobre a recitação de um texto em volta de um ódio à dança. Concordamos?
Não sei (mas imagino) a quem se deve a renovação da informação toponímica da cidade, especialmente nas ruas da zona vulgarizada por Penixima - independentemente da sua densidade habitacional ou utilização. Mas pelos (inestéticos?) tamanhos das placas e das letras escritas, desconfio que, das duas uma: ou o mandante acha que os cidadãos que vivem e/ou visitam Peniche tem problemas de visão, ou, dada a proximidade de eleições autárquicas, quer ASSIM mostrar aos seus potenciais (re)eleitores, de forma inesquecível, o zelo que a freguesia-cidade lhe merece.
Pena é que as (2) placas toponímicas da artéria mais utilizada da cidade não tenham merecido o mesmo tratamento. Um "lapso" que já aqui aconteceu há uns 15 anos atrás, com uma incompreensível demora na fixação das placas correspondentes à deliberação camarária de (por proposta da Assembleia Municipal) atribuir o nome de Mariano Calado à avenida correspondente
à antiga Marginal Norte/Estrada Nacional 114, entre o Portão de Peniche de Cima e a Avenida General
Humberto Delgado.
Fosse eu um escritor a metro da literatura cor-de-rosa, diria que "não há coincidências".
Não sou.
E por isso quero acreditar que o facto de no troço habitacional da avenida Mariano Calado residirem poucos eleitores com falta de vista será a única explicação para o caso.
Deixa as palavras onde estão. Imóveis, desarmadas. Não lhes agites os demónios que nelas dormem ávidos de despertarem. Não fales do que és, nem descrevas coisa alguma. Preserva o que em ti e nos outros é intocável. Não deixes que as palavras desfigurem. Que as palavras mutilem. Que as palavras viciem. Que as palavras mintam. Que as palavras sejam peças de um jogo em que o desfecho
A frequência dos (muitos) anos anteriores ensinou-me que o objectivo da bandeira azul de publicitar uma praia de qualidade com regras de utilização bem definidas, acarreta RESPEITO - quer dos utilizadores, quer dos concessionários, quer, ainda das entidades envolvidas no zelo e cumprimento dos deveres e obrigações consequentes.
Portanto, quando uma destas partes foge ao "contrato" perfeitamente registado à entrada da zona de praia, perdem-se as qualidades anunciadas. E se o incumprimento infecta uma ou mais outra(s) parte(s) restante(s)... então é a bandalheira. Azul, mas bandalheira. Neste Verão e, particularmente, nas últimas duas semanas, uma temporária debilidade física tem-me obrigado a ficar na zona de praia concessionada - daquelas anunciadas por bandeira azul, amarela, e sei lá que mais onde, supostamente, estaria a "salvo" de bolas, cães, escolas de surf em actividade, etc.
Mas não: nos (cerca de) 300 m de largura de praia perfeitamente delimitada, têm(...) de caber os banhistas - onde se incluem sempre muitas crianças, os grupos da bola, alguns dos cães que não gostam do sectarismo a que obriga a ideia brilhante da "sua" praia no Porto d'Areia Norte, mais uma ou duas escolinhas de surf em plena actividade. E nem merece a pena explicar o efeito das marés neste cabimento todo...
É claro que poucos dos prejudicados têm coragem de contestar este desrespeito mais ou menos institucionalizado; e se o fazem, perdem tempo porque esbarram contra a má educação de uns e o "lava mãos" de outros que a pé ou motorizados ali estarão apenas para "zelar pela vida das pessoas que estão na água". Clara é, aqui também, a aparente incapacidade(...) de actuação a quem compete diligenciar o cumprimento das regras e das leis.
Finalmente, clara é a proposta que aqui deixo aos iluminados autarcas da minha terra, considerando que, apesar das livres e naturais disponibilizações concedidas aos praticantes do surf e da recente afectação-piloto de um espaço próprio para canídeos, a generalização da indisciplina e falta de civismo crescentes na utilização de todas as praias do concelho de Peniche põe em causa a liberdade individual dos cidadãos locais e dos forasteiros que procuram as nossas praias para fazer isso mesmo: praia! - Criem as PRAIAS PARA PESSOAS: onde seja APENAS autorizado desfrutar serenamente os prazeres da praia e do mar em clima de paz, sossego e respeito pela individualidade.
Vá lá, meus senhores. Olhem que quem vota são as pessoas!
"Aprender a meditar é o melhor presente que podes dar a ti próprio nesta vida"
(Sogyal Rinpoche)
O que será que me dá Que me bole por dentro, será que me dá Que brota à flor da pele, será que me dá E que me sobe às faces e me faz corar E que me salta aos olhos a me atraiçoar E que me aperta o peito e me faz confessar O que não tem mais jeito de dissimular E que nem é direito ninguém recusar E que me faz mendigo, me faz suplicar O que não tem medida, nem nunca terá O que não tem remédio, nem nunca terá O que não tem receita
A pouco menos de três horas do início do encontro entre as geringonças (local e nacional) que combinaram o "two man's dog show" - televisionado para todo o país, já com a barraca armada e com vinte e tal cães felizes porque à solta na "sua" praia, renovam-se as evidências da mentira que o dono da "nikita" pregou aos (seus mais fiéis admiradores e crédulos camaradas) penicheiros, quando afirmou que seria (estupidamente, digo eu) obrigatório o uso de trela para os animais frequentarem a praia do Porto d'Areia Norte.
Na sequência do "desafio que o secretário de Estadoda Defesa Nacional terá lançado" ao presidente da Câmara Municipal Peniche, a praia do Porto d'Areia Norte está sinalizada para ser a primeira praia para cães do país, faltando apenas assinar o "respectivo protocolo" entre o Estado e a CMPeniche no próximo dia 6 de Agosto...
Nada tenho contra a bondade da ideia, mas porque desconheço a informação que terá sido (ou não) prestada à secretaria de Estado em causa sobre as características do local em questão, a minha consciência obriga-me a ponderar o seguinte:
- A praia do PANorte fica em zona de grande densidade habitacional local e turística; - A praia do PANorte foi, durante dezenas de anos, o principal ponto de descarga das águas residuais da cidade de Peniche e, por isso mesmo, a maioria da sua fauna e flora marítimas foi completamente devastada, mas há 15 anos atrás, com a inauguração da ETAR, o sistema de vida animal e vegetal entrou em regeneração, cujos frutos são já bem visíveis no local;
- A praia do PANorte fica entre dois (desprezados) marcos históricos da defesa militar portuguesa;
- A praia do PANorte faz parte de zona de património geologicamente reconhecido;
- A praia do PANorte fica em zona arqueologicamente classificada (relacionada com a necrópole do navio S.Pedro d'AlCântara).
A estes considerandos (facilmente confirmáveis) poder-se-á acrescentar o facto de, em Peniche, existirem muitos quilómetros de praia disponíveis para a marcação de uma praia de caninos sem ofender as susceptibilidades ambientais, arqueológicas, históricas, geológicas e humanas que a putativa escolha do presidente da CMPeniche desafia. Por último, seria bom consultar os resultados práticos da fúria protocolar dos 11 anos de vida deste executivo camarário.
Provavelmente não deferirão dos lastimosos resultados verificados na maior parte das autarquias nacionais, exactamente porque, aí, servem mais vezes objectivos politico-partidários e de promoção individual que os enunciados.
Depois do que está a ser divulgado como "as condições de frequência" para a citada praia - que será praticamente o mesmo por que se regem as praias não vigiadas - temo pela realidade do que está em apreço.
Por tudo o que aqui exponho e porque ser penicheiro é também ser português e cidadão do Mundo, lanço um apelo ao bom senso das entidades envolvidas, esperando, muito sinceramente, que reconheçam os riscos que ao local escolhido trará a ligeireza com que encarreiraram em mais uma operação do marketing político-partidário do mediático dono da Nikita.